2 Coríntios 5:17
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
Introdução – O grande pregador Charles Spurgeon, em uma das suas pregações sobre conversão disse: “quando a palavra de deus converte um homem, tira dele seu desespero, mas não tira dele o seu arrependimento e contrição profundo na visão da malignidade do seu pecado, e isto o acompanha por toda a vida.
A verdadeira conversão dá ao homem perdão, mas jamais faz dele alguém presunçoso. A verdadeira conversão dá ao homem um perfeito descanso, mas jamais para o progresso em sua vida. A verdadeira conversão da segurança ao homem, mas ela não permite ele deixar de ser vigilante. A verdadeira conversão dá força e poder ao homem para uma vida de santidade, mas nunca o deixa se vangloriar…”
Queremos fazer a nossa reflexão a partir destas palavras do grande pregador batista reformado inglês, que viveu no século XVIII:
PRIMEIRA PARTE – Quando a palavra de Deus converte um homem – Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.
Romanos 10.17
A primeira coisa que precisamos analisar e se a nossa conversão veio verdadeiramente pela palavra de Deus, se ela produziu em nós a convicção do nosso estado pecaminoso, caído e condenado.
Digo isto porque às vezes a nossa motivação é outra. O próprio Jesus detectou isto entre os seus seguidores:
João 6:22-26
No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia ali mais do que um barquinho, a não ser aquele no qual os discípulos haviam entrado, e que Jesus não entrara com os seus discípulos naquele barquinho, mas que os seus discípulos tinham ido sozinhos (contudo, outros barquinhos tinham chegado de Tiberíades, perto do lugar onde comeram o pão, havendo o senhor dado graças).
Vendo, pois, a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos, e foram a cafarnaum, em busca de Jesus. E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?
Jesus respondeu-lhes e disse: na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.
Muitas são as motivações que até considero válidas, legítimas e justas. Somos seres emocionais e não queremos viver suportando dores, temores e tristezas. E isso faz com que procuremos ao Senhor somente pela convicção de que ele pode nos dar a resposta de que precisamos.
Talvez o desemprego, ou um drama familiar. Quem sabe um problema de saúde, uma grande ansiedade? Uma expectativa frustrada ou uma dívida?
Jesus pode até trazer o alívio, o descanso e a solução, mas isto não significa conversão. O que precisamos é ter a consciência do nosso pecado e sabermos que só há um nome pelo qual podemos ser salvos: Jesus Cristo, o Senhor.
Segunda parte – quando a palavra de Deus converte um homem, tira dele seu desespero, mas não tira dele o seu arrependimento e contrição profunda na visão da malignidade do seu pecado, e isto o acompanha por toda a vida.
– quando verdadeiramente nos convertemos perdemos o medo do pecado, da morte e do inferno, já que agora não somos mais escravos do pecado, nem da lei e nem da carne. Mas isto não é licença para pecar.
A grande vantagem é que agora temos o espírito santo de deus, que não veio para nos condenar, mas para nos convencer do nosso pecado.
João 16.7-11.
“mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.”
Este versículo é sozinho um estudo completo de teologia sistemática.
O Espírito Santo é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
– do pecado – porque não creem em mim – mostra mais uma vez que nem todos os que estão seguindo, lotando as igrejas, creem verdadeiramente na obra redentora de Jesus.
– da justiça – porque eu vou para o Pai e não me vereis mais – agora dependemos exclusivamente da palavra de Deus e da nossa fé.
– do juízo – porque o príncipe deste mundo já está julgado – eu acrescentaria: e condenado. Não tem mais nenhum poder sobre a nossa vida e sobre nossa decisão.
– a verdadeira conversão dá ao homem um perfeito descanso, mas jamais para o progresso em sua vida.
Filipenses 3:13-14
13 – Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
14 – prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de deus em Cristo Jesus.
Filipenses 2:12
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
O Apóstolo Paulo aqui não sugere que a salvação seja o resultado do nosso esforço. Ele sugere que temos que trabalhar para que não percamos a salvação.
– a verdadeira conversão dá segurança ao homem, mas ela não permite ele deixar de ser vigilante. O próprio Jesus advertiu:
Mateus 26:41
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
– a verdadeira conversão – dá força e poder ao homem para uma vida de santidade, mas nunca o deixa se vangloriar…”
Filipenses 2
1 – Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
2 – completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
3- Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
4 – Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
5 – De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 – que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 – mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 – e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Conclusão – Para que tenhamos uma verdadeira conversão precisamos estar em Cristo. Não é estar com Ele e nem O seguindo.
A verdadeira conversão está expressa na nossa real motivação que foi um dia ter consciência do nosso estado caído e condenado e termos aceitado em Jesus o único caminho, a verdade e a vida, que nos conduz de volta ao Pai e a salvação.
Romanos 8:35-39
35 – Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 – Como está escrito: por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.
37 – Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
38 – Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
39 – nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
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