E quando chegaram ao lugar chamado Caveira, crucificaram Jesus, e dois malfeitores, um à direita e outro, à esquerda.
Lucas 23.33.
Não dá para não sofrer imaginando esta dantesca cena. Não dá para não sofrer imaginando que eu é quem deveria estar ali e não Jesus. Não dá para não sofrer quando entendo que eu estava ali, tanto na direita, quanto na esquerda. Eu era, ao mesmo tempo, o malfeitor arrependido, temente a Deus e o malfeitor arrogante, egoísta. Quantas vezes, ao olhar para mim mesmo, me deparei com um malfeitor arrependido, temente a Deus e consciente da culpa e das consequências do meu próprio pecado, ou melhor, dos meus próprios pecados! Quantas vezes orei pedindo ao Senhor que se lembrasse de mim ao entrar no seu reino! Quantas vezes fiz orações idiotas, arrogantes, clamando e ao mesmo tempo duvidando do Senhor, quando clamava dizendo: se tu és o filho de Deus me livra disso ou daquilo! E o pior é que quanto mais eu penso nisso, mais me vejo naquelas cruzes, uma hora no lado direito de Jesus e em outra hora no seu lado esquerdo. Ontem, durante o culto, quando observava a posição de uma cruz, usada numa festividade da igreja, que estava justamente no lado esquerdo da cruz principal, a pintada na porta da igreja, pedi para que mudassem a posição, transferindo-a para o lado direito e ainda brinquei dizendo: “aquela é a minha cruz e tem que estar no lado direito da cruz de Jesus”. E Deus falou terrivelmente ao meu coração, dizendo: “a cruz está no lugar que deve estar”, expondo toda a minha inconsequência, toda a minha arrogância, todo o meu egoísmo, todo o meu pecado. Fique bem que aqueles dois malfeitores eram culpados, eram pecadores, como declara o Apóstolo Paulo em Romanos 3.23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. É claro também, que Jesus morreu pelos dois malfeitores. Porém, só um reconheceu a importância daquele tão grande gesto de amor, daquela expressão máxima de amor. Jesus, no entanto, não queria que eu estivesse nem no lado direito e nem no lado esquerdo. Muito pelo contrário, ele veio para que eu tivesse vida e a tivesse em abundância. Mas, infelizmente, as minhas péssimas escolhas sempre me levam para as cruzes. Primeiramente para a esquerda, o maior símbolo da dureza do meu coração. Depois para a direita, onde eu expresso todo o meu temor a Deus e por fim, vou a cruz central, a de Cristo, onde eu encontro o consolo, o descanso, o perdão e as chaves do reino dos céus.
Sim, eu amo a mensagem da cruz. Ou melhor, das cruzes. E vivo quase uma obsessão, que é viver o que o Apóstolo Paulo fala, em Gálatas 2.20:
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
EDSON BB DE JESUS – Um inútil buscando ser servo.
