INDIFERENÇA A GENTE VÊ POR AQUI…
Há algum tempo atrás resolvemos tirar uma semana de férias e viajamos para uma cidade no interior do nosso estado. No domingo, como todo bom crente, sai à procura de uma igreja. Achei uma, por sinal, da mesma denominação da minha.
Cheguei às 18h e como a igreja ainda estava fechada, sentei-me num banco da praça, bem em frente, ao lado de um senhor. Já passava das 19h e nada de abrirem a igreja. Então perguntei ao senhor se ele sabia a que horas começava o culto. Ele, num tom de aborrecimento, respondeu: Já era para ter começado, mas a chave ficava com um jovem irresponsável. Perguntei se ele participava da igreja, se era membro. Ele respondeu-me que sim e que era diácono.
Pensei: se a igreja tem diácono como a responsabilidade pela chave da igreja fica com um jovem irresponsável, como havia rotulado o senhor diácono. Só pensei.
Lá pelas 19h20 começaram a chegar alguns jovens, inclusive o irresponsável pela chave. Ele abriu a igreja e todos entraram. Atravessei a rua e sentei-me no último banco, como nos aconselha Jesus, em Lucas 14, a partir do versículo 8.
Chegaram mais umas 10 pessoas que passaram por mim e não me notaram, como se eu estivesse invisível, mesmo estando com a minha Bíblia embaixo do braço.
Às 19h30, o rapaz irresponsável saudou a congregação com uma boa noite, leu o Salmos 23, fez uma breve oração e, pegando um violão, desafinado, por sinal, cantou dois corinhos e uma música do Cantor Cristão. Afinal, somos batistas.
Depois dos louvores, passou a palavra para um jovem que estava de blusão e gravata, que fez a leitura do Salmos 23, fez uma breve oração e explicou que além de não ter se preparado, era o primeiro semestre dele no Seminário, o que não daria a ele muita experiência para pregar.
A palavra foi passada de novo para o jovem irresponsável, que declarou: Está encerrado o culto, culto este que durou pouco mais de 30 minutos.
Enquanto eles ficaram conversando lá na frente, fui saindo de fininho esperando não ser notado. O jovem (irresp) dirigente, correu até a porta e me alcançou, me perguntando se eu era crente. Disse que sim. Perguntou mais uma vez: de qual igreja? Respondi-lhe da Igreja Batista Bíblica de Flores, em Manaus. Ele disse que conhecia e num tom bastante interessado perguntou: Quem é o pastor de lá? Respondi-lhe rápido: Eu.
Ele, com cara de decepção, indignação e aborrecimento, disse: Por que o Senhor não se apresentou para pregar? Então reclamei: Vocês entraram e nem sequer me olharam, nem me cumprimentaram. Como eu ia me apresentar para pregar?
Aproveitei para advertir: E se fosse Jesus que estivesse sentado no último banco da igreja?