Edson  e  Lenir – Igreja Batista Bíblica de de Flores – Uma Igreja de Poder !!! – MANAUS – AM

Nunca fui um sujeito pessimista, nem muito otimista e nem totalmente realista. Sou equilibrado e acho que o equilíbrio é justamente a mistura destas três coisas. Acho que na vida temos mais perdas do que ganhos e muitas destas perdas são absolutamente positivas,  e só vem para contribuir e muitos dos ganhos são absolutamente desnecessários e inúteis.

Já ao nascer, perdemos o ambiente quentinho e seguro do ventre da nossa mãe e a maior constatação disso é a nossa imediata reação: choramos. A partir daí é uma sucessão de perdas. Perdemos o peito, que além de nos amamentar, nos protege e nos liga diretamente à alma da nossa mamãe. Perdemos o berço, os brinquedos de cores vibrantes, o fascínio de poder colocar as coisas na boca, sem culpa e sem medo de contaminações.

Depois começamos a perder a liberdade e a escolinha, que para muitos é um parque de diversões, é na realidade um compromisso, onde temos que conviver com massinhas, giz de cera e com pessoinhas esquisitas que nem sabemos quem são.

Agora, perdemos mais um pouco da nossa liberdade, com horários para tomar banho, para comer, para estudar, para brincar e para dormir. Se quisermos água, temos que nos dirigir ao bebedouro. Se quisermos fazer xixi, temos que ir a um banheiro e não aliviar na própria fralda.

O tempo vai passando e as perdas vão aumentando. Já perdemos a infância, a adolescência passou, a inocência se foi. O dia parece ser mais curto e os anos já não passam: voam.

Com a chegada da maturidade, tudo agora é responsabilidade e até o lazer precisa ser programado e responsável. Perdemos a capacidade de enxergar e começamos a usar óculos, alguns remédios passam a fazer parte da nossa rotina, porque começamos a perder a saúde

Nesta fase começamos a ganhar alguma coisa. Começamos a ganhar? Claro que não. Começamos a compensar e a reparar as perdas. Não é que queiramos uma alimentação saudável, é que perdemos a capacidade de comer de tudo. Ganhamos rugas, cabelos brancos, dilatação abdominal e às vezes precisamos até de um certo remédio azulzinho para compensar a perda da capacidade de “olhar prá cima”.

Aí começam as piores perdas. Perdemos os nossos pais, alguns amigos se vão e perdemos uma faculdade importantíssima para o ser humano que é a capacidade de sonhar. Ao invés do sonho, que nos remete para o futuro, agora o passado é venerado, cultuado e quase adorado e um dos verbos mais utilizados é o verbo ser nas diversas fases da sua conjugação. Para algumas situações, no pretérito perfeito do indicativo (eu fui). Para outras nem tão agradáveis assim, no pretérito imperfeito do subjuntivo (se eu fosse). E quando queremos deixar saudade, nos referimos no futuro do subjuntivo (quando eu for).

Com o passar do tempo, perdi os sonhos, as ilusões, o romantismo, a triste capacidade de odiar. Mas não abro mão da minha capacidade de amar e a cada dia eu ganho mais, cada dia eu amo mais.