Não sei de quem foi a ideia de se plantar ipês ao longo da Avenida Djalma Batista. Não sei se houve um estudo técnico, se existe alguma conveniência. Só sei que quem teve a ideia é uma pessoa muito iluminada por Deus.
Nesta época do ano os ipês estão todos floridos, dando uma atmosfera espiritual tão envolvente que uso o engarrafamento, normal para a via, para fazer altas meditações e preciosas adorações. Até por que, a adoração que se preza sempre começa com a contemplação as obras de Deus.
Mas os ipês também me trazem uma profunda tristeza. Como somos tão irracionais e maus! Algumas árvores já foram arrancadas, outras quebradas, outras servem de cabides para as sacolas dos vendedores ambulantes.
O ipês também renovam a minha esperança. Esperança de que como foi possível humanizar a Djalma Batista, trazendo a beleza, a leveza, o romantismo, talvez possamos recuperar outras lindas áreas que foram por nós destruídas criminosamente, como a Ponte da Bolívia, a Cachoeira das Almas, a Cachoeira do Tarumã, o Balneário do Parque Dez de Novembro, o igarapé do Mindu, o Parque Amazonense e outros.
Que a beleza dos ipês nos façam refletir sobre a nossa cidade e que possamos mudar de hábitos protegendo o que a natureza nos presenteia, ao invés de destruir por pura maldade.