As garotas já estão autorizadas a irem às escolas de ensino fundamental e às universidades privadas, contando com que não sejam aulas mistas. As meninas voltaram para algumas escolas de ensino médio da província de Kunduz, no norte do Afeganistão, anunciou nesta terça-feira (5) um líder talibã, mas esta medida não se aplica ao resto do país.

Um vídeo publicado por Suhail Shaheen, porta-voz do Talibã, mostra dezenas de meninas que voltaram para a escola em Khan Abad, uma cidade e um distrito da província de Kunduz.

A maioria delas usa o tradicional uniforme escolar: uma longa túnica preta e um véu branco, enquanto outras vestem um niqab preto que cobre todo o rosto, exceto os olhos. Estão sentadas em bancos e balançam bandeiras talibãs.

“As meninas vão à escola no ensino médio em Khan Abad”, escreveu Shaheen, designado pelo Talibã como seu representante permanente nas Nações Unidas.

Já em Cabul, Mohamad Abid, um funcionário do ministério da Educação, explicou à AFP que as regras não mudaram. “As escolas de ensino médio permanecem fechadas para as meninas”, declarou.

Em meados de setembro, as escolas de ensino médio afegãs voltaram a abrir, mas apenas para os meninos. As meninas já estão autorizadas a irem às escolas de ensino fundamental e às universidades privadas, contando com que não sejam aulas mistas e com a condição de que estejam com a cabeça totalmente coberta.

Alguns dias após a reabertura das escolas de ensino médio (para os meninos), o porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, afirmou que as meninias retornariam às aulas “o mais breve possível”.

Naquela época, as mulheres eram excluídas da vida pública e, com pouquíssimas exceções, não eram autorizadas a estudar nem trabalhar.

No novo governo, os talibãs também pediram para as mulheres que fiquem em casa e não voltem a trabalhar por enquanto, alegando motivos de segurança. Eles afirmam que elas poderão voltar a trabalhar depois, mas separadas dos homens.

Embora desde que retornaram ao poder em meados de agosto os talibãs tentem tranquilizar a população afegã e a comunidade internacional afirmando que serão menos rígidos que no passado, suas promessas são difíceis de acreditar.

Foto:(crédito: BULENT KILIC / AFP)

Fonte: Correio Brasiliense