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Para combater o abandono e trazer mais qualidade de vida aos pets desassistidos, grupos de protetores voluntários têm utilizado as técnicas do Programa CED (Capturar, Esterilizar e Devolver) como alternativa para o controle populacional de animais que vivem nas ruas da capital amazonense. A técnica também é uma alternativa para evitar a proliferação da esporotricose – doença que tem atingido a população felina de Manaus

De acordo com o presidente do Instituto S.O.S Pet, protetor Amauri Gomes, sem a devida atenção, os cães e gatos correm o risco de serem maltratados e podem contrair zoonoses (doenças transmissíveis para outros animais e para o ser humano). Em 2022, a capital amazonense registrou 88 casos da doença em animais. Em humanos, houve 80 notificações.

“Fazer o controle dessas colônias de animais ajuda a manter a preservação desses cães e gatos e também mantém o controle de doenças. Esse é um verdadeiro caso de saúde pública. Os gatos têm ninhadas duas vezes por ano e as colónias multiplicam-se rapidamente. Hoje, Manaus tem um grande número de animais nas ruas, principalmente, felinos. A Zona Leste é o local onde você mais encontra esse tipo de registro”.

A permanência de animais sem condições de salubridade e de segurança e a proliferação desenfreada deles nas ruas representam um grave problema de saúde, para os animais e para os humanos, e em casos extremos atentam contra a saúde pública.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, dos quais cerca de 20 milhões são cães e 10 milhões, gatos.

Esporotricose

A doença é causada por fungos do gênero Sporothrix. Em animais, os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele (úlceras), que não cicatrizam e se espalham rapidamente.

O fungo da esporotricose pode ser transmitido aos animais e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. Em contato direto, o animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.

CED

A política de capturar, esterilizar e devolver (CED) os felinos é feita com sucesso em diversos países. Segundo Amauri, a esporotricose, por exemplo, é bastante transmissível e acende alerta.

“Nesses casos, o contato com o ser humano é altamente transmissível. É preciso que seja feito um trabalho de controle, o tratamento correto e o isolamento. Então o CED é um método muito eficiente para manter esse controle populacional de animais. Recentemente, nós fizemos isso na Feira do Coroado, onde haviam 52 gatos e nós conseguimos castrar esses animais evitando que eles se procriem”.

O grupo cuida da esterilização, do abrigo, de todos os cuidados veterinários e até da socialização até que os animais estejam prontos para viver nas colônias. Os gatos adultos são devolvidos e os filhotes são destinados à adoção.

“Nossa missão é tirar o animal do perigo, acolher, socializar, devolver a dignidade desses animais que vivem nas ruas. Tiramos o animal do risco, promovemos a saúde pública para a população no geral. Nosso trabalho é fazer com que todo e qualquer animal seja respeitado e amado. Vale lembrar que o programa de CED deve estar associado a um bom programa de educação ambiental, combate ao abandono e construção de políticas públicas”, ressalta Amauri Gomes.