Como nasce o sofrimento em cada um de nós?
Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem e não obtém resposta.
Esse tema é bem significante para todos nós que passamos pelas adversidades da vida. Buscamos respostas e muitas vezes, não sabemos onde procura-las.
Você é daquelas pessoas que se preocupa com tudo, tudo faz você sofrer, você se considera muito mais sensível que as demais pessoas?
Existem pessoas muito sensíveis, algumas vezes, basta um olhar de um amigo de trabalho, de um familiar, de um filho, e a pessoa já se sente magoado(a), entra num sofrimento que não deveria ter.
É claro que no mundo onde vivemos, com tantas dificuldades, demandas de trabalho, família, doença em pessoas próximas, ou conosco, muitas vezes, não sabemos lidar com tantos acontecimentos, parece que tudo é mais difícil. Nós geramos expectativas, cobramos do outro o que o outro não sabe dar, criamos sonhos, esperanças e acreditamos meio que cegamente nos “projetos” de vida, nós queremos que aconteça algo espetacular ou simplesmente bom e quando esse algo não acontece do jeito que nós imaginamos, tudo parece perdido ou incompleto, é exatamente a incompletude… Pronto, é aqui, é exatamente nesse ponto onde geramos a expectativa que não bate com a realidade que o sofrimento nasce.
Entre a expectativa e o que a vida nos oferece existe uma distância e é exatamente aqui, quando nós projetamos algo a nível profissional, familiar ou amoroso que nós esperamos que o outro ou a própria vida responda de acordo com aquilo que nós queremos, achamos que é o ideal ou que é o correto. Veja, a nossa percepção é única, é diferente do outro, pelo simples motivo de o outro ter suas próprias expectativas e seus sonhos. Quando os sonhos são só nossos, quando os projetos não estão sendo compartilhados, existe uma fenda, um divisor que nos protege e quando contamos para outras pessoas aparece o medo do julgamento e da não aceitação.
O que eu acredito ser correto e bom para mim, pode não ser para o outro, e o que eu penso que seja bom para o outro, pode ser que o outro não queira, pode ser que o outro esteja no momento de vida diferente e não importa quem seja esse outro, pode ser colega de trabalho, filho, primo, pai, mãe, marido, mulher, enfim, isso não importa. Quando nós projetamos no outro algo que é nosso, algo que faz parte das nossas crenças pessoas, aqui, neste momento gerou uma distância entre a nossa expectativa e a resposta do outro ou a resposta que esperamos receber da vida e a realidade em si. Pronto basta isso.
Como é que devemos agir para tentar viver de forma mais clara diante das adversidades, enfrentamentos, problemas e o que nós acreditamos? (Nós já falamos em outro texto sobre crenças centrais equivocadas e limitantes). Crença central é tudo aquilo que nós carregamos, que foi adquirido lá atrás na primeira infância com os exemplos de nossos pais, avós e que nós temos como verdades absolutas. Mas, diga-se de passagem, nem sempre nossas crenças são verdadeiras, podem ser reais e não verdadeiras, por serem crenças equivocadas ou limitantes em muitas ocasiões, não sabermos conscientemente distinguir o que seja verdadeiro ou simplesmente acreditarmos que o seja. Você entende a diferença? Como por exemplo: Tomar suco de manga com leite, essa é uma crença e muitas pessoas acreditam que seja verdade. Minha avó por exemplo, sempre disse que tomar manga com leite causaria a morte de quem a tomasse (Você conhece a história por trás dessa crença? Se não conhece, vale a pena procurar saber, é muito interessante). Depois que eu cresci, me serviram, na casa de uma amiga, suco de manga com leite e eu disse, epa! “Isso não faz mal para saúde?” Minha amiga respondeu. “Toma é gostoso”. Olha aí, uma crença real, mas não verdadeira. Eu tinha como verdade absoluta.
O sofrimento nasce da expectativa que uma pessoa projeta e a sua relação com a realidade. Como somos pessoas com sonhos e crenças diferentes, o processo de sofrimento em cada um de nós apresenta um principio básico para todos, porém, diferente do ponto de vista da intensidade que disponibilizamos para cada situação.
Como nós podemos identificar essas crenças equivocadas e trabalhar em nós esses comportamentos?
Primeiramente nós temos que ter claro o amadurecimento psíquico que vêm com o autoconhecimento. Vejamos, a criança chora por tudo quando alguém não faz para ela o que ela quer, perceba que a criança muito pequena usa o choro para conseguir se comunicar, alguns adolescentes ficam com a cara fechada quando recebe um não e não entendem porque precisam obedecer ao pai ou mãe, para cada fase do desenvolvimento encontraremos um tipo esperado de amadurecimento. O adolescente age de acordo com sua fase, vai caminhando até a idade adulta onde deverá comportar-se diferente, pelo menos é o que se espera, entretanto, existem adultos de 40, 50 anos, que vivem como adolesceste de 17, 18 anos. Busque pela memória e você logo encontrará algumas pessoas adultas com comportamentos de adolescentes, isso não é difícil de ser encontrado.
Vamos falar de sofrimento para o adulto hipoteticamente maduro, ok!
Para entender o sofrimento e trabalhá-lo a pessoa precisa ter conhecimento de si, entender sobre o nível do seu amadurecimento emocional, inteligência emocional, autoestima, ou seja, a imagem positiva ou negativa que você faz de si mesma, o conjunto de suas experiências pessoais, comportamentais, crenças, somente quando você começa no processo do autoconhecimento, será possível alterar seu comportamento que corrobora por alimentar o sofrimento.
Existe uma frase muito comum “Aceita que doí menos”, é preciso saber interpreta-la para não ficar fixado em um nível de sofrimento sem fim. Essa frase não significa que a pessoa tenha que baixar a cabeça e deixar todo mundo pisar em si. Aceitar, é saber compreender que o mundo é dual, que as adversidades da vida são reais e que você precisa ter clareza para saber discernir o que é seu, o que é do outro e quais os enfrentamentos que você precisa realizar. Perceber que nem tudo ou quase nada é do jeito que você quer, mas, é do jeito que se apresenta. Quando você aceita a vida como ela é, você vai definir um padrão de estratégia para lidar com cada dificuldade, entendendo com objetividade o que você precisa fazer. Aí o seu nível de sofrimento caí porque você deixa de cobrar da vida ou do outro o que você quer. Você começa a se responsabilizar por suas escolhas, seus projetos e não coloca na mão do outro o que é para você realizar. Sabe correr atrás dos seus desejos e também decidir mudar a rota caso veja que será melhor. A escolha será sua e se algo der errado, você estará pronto para recomeçar.
Essa é uma atitude madura de alguém que já faz o processo de autoconhecimento, desta forma, você afasta a ilusão. Quando você encara a vida como ela é, você tira toda a ilusão que causa o sofrimento.
Obrigada por estar comigo ate agora.
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