SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil prendeu quatro suspeitos de envolvimento na morte de um policial civil baleado durante um assalto no bairro da Pompeia, na zona oeste da capital paulista. O crime ocorreu em fevereiro.

Um dos presos é apontado pela polícia como o atirador. Em entrevista coletiva, o delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, afirmou que “Gustavo” teria confessado informalmente que atirou no investigador Paulo Enrique da Silva. Gustavo, de 24 anos, tem passagens pela polícia antes e após completar a maioridade —os crimes em que ele respondeu não foram divulgados.

A companheira de Gustavo também foi presa. Segundo a polícia, Pâmela tinha participação ativa na quadrilha, efetuando saques e transferências bancárias, além de ficar com o companheiro no telefone para anotar as senhas de desbloqueio dos aparelhos e das contas bancárias das vítimas do crime. O casal também foi autuado por porte de arma e receptação.

Outro preso se chama Jonathan e seria o receptador dos telefones roubados. Ele seria o responsável por apagar os dados dos aparelhos celulares. Por fim, o último preso foi identificado apenas como Vanderlei, responsável pelo estacionamento onde os objetos furtados e roubados eram colocados após os crimes.

O quarteto tinha mandados de prisão temporária e busca e apreensão em abertos, segundo a polícia. Os policiais estiveram em imóveis nos Jardim Brasília, Jardim Damasceno, Jardim Carumbé, Jardim das Laras, e na Casa Verde, todos na zona norte, para cumprimento dos mandados.

O grupo responderá pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) contra o investigador. Apesar de todos os presos serem apontados como envolvidos no crime, as autoridades não descartam que alguma outra pessoa possa ser investigada no andamento das apurações do caso.

Um suspeito de envolvimento no crime, chamado Wallace, já havia sido preso dias após o caso. Esse homem já teria participado de crimes da mesma modalidade.

A arma do policial morto, roubada durante o crime, foi recuperada no dia 6 de março em Minas Gerais. Ela já tinha sido comercializada pelos criminosos.

A polícia apreendeu uma arma de fogo e dois simulacros no imóvel em que Gustavo foi preso. Na residência também havia diversos celulares de possíveis vítimas e duas motocicletas roubadas. Uma motocicleta roubada e com placa adulterada foi achada no endereço de Pâmela. Já no estacionamento usado pelos criminosos foram achados: uma arma de fogo, dois simulacros, um veículo furtado, e uma moto da marca Ducati, que pode ter sido furtada, mas irá passar por exames periciais para a identificação original. Roupas usadas no crime contra o policial também foram encontradas.

Como a polícia não divulgou o nome completo dos suspeitos, a reportagem não conseguiu encontrar a defesa deles para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para as manifestações.

RELEMBRE O CASO

Paulo Enrique da Silva, 45, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. O agente da 4ª Denarc (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de São Paulo) e o criminoso entraram em luta corporal durante uma tentativa de roubo na rua Barão do Bananal. Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o momento em que o agressor saca a arma e atira no oficial.

O vídeo mostra que o homem encosta ao lado do policial e anuncia o assalto. Ele fugiu com o celular e a arma do agente.

O policial foi socorrido em estado grave ao Hospital São Camilo. Em nota, a unidade de saúde lamentou a morte do oficial. “A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo lamenta informar que o policial foi socorrido na unidade Pompeia em estado grave, vítima de ferimentos de arma de fogo. O paciente foi prontamente atendido e logo encaminhado ao centro cirúrgico, porém, mesmo com todos os procedimentos de reanimação emergenciais realizados, infelizmente não resistiu”.