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O Acre enfrenta uma cheia histórica em 2024. Cerca de 17 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. O problema também tem afetado municípios do Amazonas, como o alerta da Defesa Civil de uma possível inundação em Boca do Acre, localizado no interior da cidade.

Além disso, a cidade de Envira, também no Amazonas, decretou situação de emergência no dia 4 de março devido à enchente. Cerca de 200 famílias já foram afetadas. Em Cruzeiro do Sul, cidade de grande importância econômica no interior do estado, cerca de 20 mil ribeirinhos foram afetados pela cheia. Segundo o governo do Acre, o Rio Juruá está gradualmente baixando e já reduziu mais de 35 centímetros desde a última sexta-feira, 8, segundo reportagem da CNN Brasil.

Segundo a Defesa Civil do município, mais de 15 mil pessoas foram afetadas. A prefeitura da cidade já montou quatro abrigos públicos em escolas municipais e estaduais. Cestas básicas e água potável estão sendo distribuídas para a população. Segundo a Defesa Civil estadual, em Envira mais de mil pessoas foram afetadas e 15 estão desalojadas. Em Guajará, são mais de cinco mil afetados e 300 desalojados. O órgão alerta a população sobre os riscos de subida gradual do nível das águas.

O meteorologista e consultor climático, Francisco de Assis Diniz, em entrevista concedida a redação do portal, explica que as enchentes no Acre podem ser decorrentes das chuvas intensas que ocorrem na bacia do Rio Acre, as quais são influenciadas pela climatologia das regiões vizinhas, como Peru e Bolívia.

“A enchente no Acre é decorrente das chuvas intensas  acima da climatologia, ocorridas no Peru e na Bolívia na bacia do Rio Acre. Chuvas essas devido a convergência de umidade de maneira mais frequente sobre a região, favorecendo chuvas acima do normal”, explicou.

Ainda de acordo com o especialista, os impactos das mudanças climáticas na região Amazônica têm sido evidentes, com fortes alterações no regime hídrico e ocorrência de secas recorde.

“Os eventos extremos climáticos têm sido mais frequente, com chuvas intensas e secas, associados ao aquecimento que a terra está passando, além, das contribuições dos fenômenos ‘el nino’ e ‘la nina’. Com isso, a Amazônia vai continuar enfrentando essa variabilidade e mudança climática”, ressaltou.

Diante dos impactos crescentes dos eventos extremos meteorológicos e climáticos, a necessidade de tomadas de decisão eficazes para prevenção e mitigação, principalmente em áreas de risco. Neste contexto, é fundamental compreender as implicações desses eventos e adotar medidas preventivas e adaptativas para garantir a segurança dessas comunidades afetadas.