Não é novidade que o envelhecimento traz uma série de mudanças para o corpo e para a mente. A redução da mobilidade, a perda de pessoas próximas e as demais transformações que acontecem podem gerar uma série de emoções distintas. Por exemplo, sentimentos como solidão, ansiedade, tristeza, sensação de incapacidade, entre outros, são comuns para a terceira idade, mas não devem ser considerados normais.
De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos cresceu 18% entre 2012 a 2017 e chegou a ultrapassar a marca de 30 milhões de pessoas. Com o crescimento da população idosa, também é crescente a preocupação com a saúde mental das pessoas dessa faixa etária. Afinal, o cuidado com a mente deve fazer parte de todas as fases da vida, ainda mais em um momento de adaptação como a terceira idade.
Ao contrário das doenças físicas, os problemas que afetam a mente muitas vezes são silenciosos e não demonstram sinais tão claros quanto às marcas corporais ou sintomas facilmente identificáveis, por isso é importante estar atento ao comportamento dos idosos para perceber qualquer alteração o quanto antes. Em entrevista a redação do portal, a psicóloga Cleomar de Paula Lima, explica que sinais de reclusão, indisposição e mau humor constantes precisam ser reavaliados pela família.
“Boa parte dos idosos apresentam um perfil mais recluso, tem limitações típicas da idade e não gosta de sair de casa. Contudo, ao contrário do que a maioria pensa, esse comportamento queixoso, indisposição e mau humor constante não se encaixam nos padrões de normalidade do envelhecimento. O normal é o envelhecimento ativo, saudável e autônomo. É importante que a família mantenha constante o acompanhamento médico, psicológico do idoso e que fique atento às mudanças de comportamento”, explicou.
A psicóloga salientou sobre a importância de se ter uma saúde mental na terceira idade, e a necessidade de buscar contornar de forma saudável as oscilações que ocorrem nos seus estilos de vida, uma vez que essas questões afetam diretamente sua estabilidade emocional e mental.
“Podemos também demonstrar as melhores opções para contornar as oscilações no humor, alterações de apetite e outras questões comportamentais características dessa etapa da vida, uma vez que essas questões afetam diretamente a estabilidade emocional e os tornam vulneráveis a outras doenças. Há uma tendência à solidão e a ansiedade, na qual podem comprometer a saúde mental. Sendo necessário a proteção à saúde mental dos idosos”, disse ela.
Muito mais do que ficar atento aos sinais de possíveis problemas com a saúde mental, é essencial incluir alguns cuidados na rotina. Essas ações preventivas podem parecer simples, mas fazem toda a diferença no combate de várias doenças e ainda contribuem para manter o bem-estar emocional na terceira idade. A doutora reiterou no encerramento da entrevista sobre a importância de algumas dicas essenciais serem seguidas.
“As dicas a serem dadas são: criar uma rotina saudável, incentivar as coisas que o idoso gosta de fazer, seja um bom ouvinte, priorize a boa qualidade do sono, e saiba quando procurar ajuda quando for observado qualquer alteração comportamental do idoso”, finalizou.
Envelhecer é um processo mais que natural na vida de todos, mas nem por isso significa que não se deve prestar cuidados específicos com o corpo e a mente nesta fase tão especial e delicada da vida. Por ser um momento de mudanças e readaptações, a vulnerabilidade dos mais velhos tende a ser maior em questões físicas e principalmente mentais, na qual podem trazer um impacto significativo sobre suas vidas.
Por: Camili Vitória.