Dados do Cadastro Único, do governo federal, o CadÚnico, que aponta para um aumento mês a mês de pessoas na miséria desde novembro de 2020, indicam que pelo menos, dois milhões de famílias brasileiras tiveram a renda reduzida a quase nada e caíram para a extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho de 2021.
Com o aumento no preço de produtos considerados de caráter básico de sobrevivência, como a carne bovina e gás de cozinha, os amazonenses estão sendo obrigados a viverem uma realidade diferente. Hoje, famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social não conseguem consumir carne bovina e precisam cozinhar o alimento que conseguirem no fogão a lenha.
Famílias em extrema pobreza é aquela com renda per capita de até R$ 89 mensais. São em regra, pessoas que vivem nas ruas ou em barracos e enfrentam instabilidade alimentar corriqueira. Essa renda fica em desacordo com o preço médio do gás de cozinha que, na região norte, já chegou a R$ 100 o vasilhame de 13 quilos, por exemplo, e com o preço de carnes como o coxão mole, que chegam a custar, também em média, R$ 39 o quilo. As famílias vivem apenas com o Bolsa Família e, muitas vezes, até mesmo sem isso.
Segundo o site UOL Notícias, em dezembro de 2018, durante o Governo Michel Temer (MDB), eram 12,7 milhões na pobreza extrema. Dois anos e meio depois e com Bolsonaro na Presidência, esse número chegou a 14,7 milhões em junho de 2021.
O número de junho é o maior de famílias na miséria desde o início dos registros disponíveis do Ministério da Cidadania, a partir de agosto de 2012, e representa 41,1 milhões de pessoas. Há ainda 2,8 milhões de pessoas na pobreza, ou com renda per capita de R$ 90 a R$ 178 mensais.
Os reflexos dessa realidade se extende em outros estados do pais como em Cuiabá, onde uma cena acabou viralizando dias atras, a distribuição de ossos com retalhos de carne acabou formado filas quilométricas. O estabelecimento, que faz a distribuição dos ossos há mais de dez anos, diz que isso acontecia antes apenas uma vez por semana e, agora, são pelo menos três vezes. A crise provocada pela pandemia e falta de desgoverno só fez a fila crescer.
“Tem gente que pega e já come cru, ali mesmo”, se emociona Samara Rodrigues de Oliveira, dona do local.
Em meio às dificuldades para enfrentamento da pandemia de Covid-19, crise hídrica energética os altos preços dos alimentos além da lenta recuperação econômica, o governo Bolsonaro completou mil dias nesta segunda-feira (27).
Fonte: CENARIUM