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O Amazonas é um celeiro de talentos em diversos meios artísticos, como música, dança e teatro. Com uma cultura rica e cheia de histórias inspiradoras, os talentos regionais estão conquistando cada vez mais espaço no cenário nacional.

Fora dos padrões convencionais e aberta a novas experiências, a atriz amazonense Maria do Perpétuo Socorro Catão, de 75 anos, é um exemplo inspirador para todas as mulheres da Amazônia que buscam superar as barreiras da idade.

Conhecida no mundo artístico como Peta Catão, ela participou de filmes de média e longa metragem, incluindo “Sete Cores da Amazônia” e “A Estratégia da Fome”, que foi premiado em um festival nacional no Rio de Janeiro. Além disso, teve um papel de destaque em “O Rio do Desejo” como Dona Dalva, onde teve a oportunidade de atuar ao lado de renomados atores, como Sophie Charlotte e Daniel Oliveira.

Recentemente, Peta Catão concedeu uma entrevista exclusiva à FA Agência de Comunicações, onde compartilhou sua história de vida e revelou que tem projetos futuros em vista. Ela destacou a grande responsabilidade de representar as mulheres do Amazonas no mundo do cinema.

A atriz relatou sua jornada, começando quando saiu de casa aos 16 anos e enfrentou inúmeras dificuldades ao longo de sua vida, incluindo um casamento difícil e a criação de 11 filhos. Durante muitos anos, trabalhou como agricultora em uma comunidade próxima a Presidente Figueiredo, e muitos dos filmes em que atuou foram inspirados em sua experiência nessa comunidade.

“Sai de casa com 16 anos, com vinte e trinta anos tive uma vida muito difícil, casei cedo com um marido muito ruim de lidar, tive 11 filhos e passei a viver para eles, trabalhei muito para criar meus meninos. Trabalhei como agricultora por muitos anos em uma comunidade perto de Presidente Figueiredo, muito dos filmes que fiz eu tirei desse tempo que vivi lá nessa comunidade”, disse a atriz.

Peta Catão mencionou que precisou aplicar suas experiências no campo nos papéis que desempenhou, incluindo longas caminhadas de até oito quilômetros para chegar à cidade. Essa luta pela sobrevivência no interior da floresta amazônica se tornou uma valiosa experiência em sua nova carreira. Ela enfatizou que sua abordagem cativou os diretores e agradeceu a Deus por essa oportunidade, mesmo sem experiência prévia. Peta está determinada a se esforçar ao máximo para alcançar o melhor em sua carreira artística.

“”Para chegar à cidade eu andava quase oito quilômetros, sofri, a distância de uma casa para outra era de quase duas horas de caminhada. Essas coisas do filme de sobreviver na mata, eu aprendi muito lá era luta para comer, mas era Deus me preparando para o futuro que eu iria ter. Um dia a Bita, minha sobrinha querida chegou e perguntou se eu queria fazer um teste, acho que eu sempre esse dom mais precisei deixar aflorar com essa oportunidade”.

“Eu fico agradecida a Deus, não sei o que tive de diferente, eu participei do teste com pessoas de Manaus, Rio de Janeiro e Bahia e eles gostaram de mim,  mesmo sem experiência eu sempre deixei o bem onde vou, o que tem pra mim no futuro eu nao sei mais vou me esforçar muito para conseguir o melhor”.

Com carinho, Peta também falou sobre sua sobrinha Bita Catão, que desempenhou um papel fundamental em sua jornada artística, sendo produtora de cinema e atriz. Bita foi uma das incentivadoras que a motivou a fazer o teste que resultou em seu papel no filme “O Rio do Desejo”. No final da entrevista, a sobrinha de Peta Catão, a produtora e atriz Bita Catão, revelou que há planos promissores para a carreira de Peta, incluindo projetos para 2023 e 2024. “Não queria contar ainda, mas nós já temos duas novidades a caminho, um quase certo já para novembro e um em análise para 2024, vem coisa boa por ai”, conclui  a produtora.