Na manhã desta terça-feira (07), a Polícia Civil do Amazonas conduziu a operação “Pai Ta Off”, culminando na prisão dos membros da ONG “Pai Resgatando Vidas”, com sede em Manaus, dedicada a ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. Surpreendentemente, os detidos eram membros da mesma família.
Marcos Bastos, conhecido como “Pai Marcos”, e seu filho Wilson estavam entre os presos. Marcos era reconhecido por fundar o projeto social que impactou positivamente diversas vidas. Através das redes sociais da ONG, vídeos mostram os resultados transformadores do trabalho, exibindo o antes e depois das pessoas em situação de rua. Essa exposição supostamente contribuía para os apelos por doações, inclusive de fora do país.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha desviou mais de R$20 milhões em doações e realizou saques significativos, não destinados à assistência aos moradores de rua, mas sim à compra de bens pessoais, especialmente carros de luxo.
A organização mantinha dois locais para acolher pessoas em situação de vulnerabilidade: um em Manaus e outro em Iranduba. Durante a operação, descobriu-se que a casa em Manaus estava vazia e em condições precárias, com armas e munições encontradas em um cofre.
O segundo local, em Iranduba, estava abandonado, apesar de ser designado para receber pessoas vulneráveis.
Os responsáveis pela organização enfrentam acusações graves, incluindo crimes de organização criminosa, maus-tratos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Essa situação ressalta a importância da transparência e da fiscalização rigorosa em organizações que lidam com doações e assistência social.
Em uma entrevista de 2022 ao site Amazônia Press, Marcos destacou sua paixão por salvar vidas e ajudar instituições. No entanto, os eventos recentes sugerem que ele estava utilizando a situação para autopromoção e ganhos pessoais.
Após ajudar alguns moradores de rua. Marcos Bastos procurou a Maria Solange Paulino Amorim, mais conhecida como Marina Silva de Manaus, que faz sucesso nas redes sociais quando foi compartilhada pela Rainha do Pop, Madonna, enquanto dançava “Holiday”, um hit da cantora. Foi Marina Silva quem deu o nome “PAI” ao projeto, pois era assim que chamava o Marcos Bastos que sempre a ajudou, mesmo em situação de rua. Hoje, Marina é monitora do Instituto.
“Fui atrás da Marina, pelejei atrás dela e fiz de tudo para conseguir tirá-la desse mundo. Consegui um apartamento para ela e fiquei pedindo, fazendo live com ela. Acredito que foi aí que tudo começou mesmo e foi quando a Madonna nos assistiu e desde aí tudo mudou. As pessoas começaram a me procurar querendo ajuda e a minha casa foi enchendo de gente. Quando fui ver a minha casa já estava com 35 moradores de rua”, pontuou.