Sempre fomos ensinados que antes da volta de Jesus haveria grandes eventos que assustariam o mundo. O próprio Jesus, em Mateus 24 dá uma amostra do que viria, quando diz: E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Ele também pede que estejamos atentos, pois muitos estariam distraídos e nem perceberiam a sua volta: E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
O grande problema é que a volta de Jesus ao invés de encher a igreja de alegria e de expectativa, enche de terror e pânico. A grande maioria dos nossos crentes tem medo só de ouvir falar. E, para piorar ainda mais a situação, este passagem é ditada para a igreja e não para o mundo. A igreja tem a obrigação de aguardar a volta de Cristo, o mundo não.
Lembro-me muito bem que quando eu era ainda muito criança, papai, que era pastor de uma Assembleia de Deus em Itaboraí, Rio de Janeiro, fez um sermão sobre a volta de Cristo e o arrebatamento da igreja. Ele combinou previamente com o irmão Ermínio, com o irmão Ezequiel e comigo para que, quando desse a deixa, o irmão Ermínio faria do seu trompete um clarim e anunciaria a volta do Cordeiro. Ezequiel, com o bumbo, faria barulhos que se assemelhariam com trovões, enquanto eu, ligaria e desligaria os interruptores das luzes, que apagariam e acenderiam, fazendo parecer um a interferência na energia elétrica. Pois bem, a palavra foi franqueada ao papai que começou o seu sermão sobre a volta gloriosa de Jesus. A igreja lotada e mal papai começara, os Glórias e Aleluias começaram a surgir ainda meio tímidos, foram aumentando, aumentando, até a hora em que papai deu a deixa, que era: Vai ser como um relâmpago, que sai do ocidente e vai para o oriente. Nesse exato momento, o irmão Ermínio se pôs de pé e caprichou uma clarinada. Ezequiel, por sua vez, rufou o bumbo de um modo convincente e eu fiquei ligando e desligando as luzes, meio sem saber o porquê. A gritaria foi geral. Agora, além dos Glórias e Aleluias, surgiram também algumas línguas estranhíssimas e uma barulheira enorme de bancos caindo. Já com medo, parei de piscar as luzes e o saldo foi que mais da metade da igreja saiu correndo pelas portas, diante da fracassada volta do Senhor, e o final precoce do sermão do papai.
Esta “pastelona” cena me trouxe uma lição eterna: a igreja não está preparada para a volta do nosso Senhor. Já não sei o que está assustando mais se é o avassalador vírus ou o simples fato dele estar atrelado aos acontecimentos que anunciariam a volta do Senhor. Os sinais já se cumpriram, as profecias também e estamos somente dependentes do relógio de Deus. As profecias bíblicas previram que haveria nação contra nação, reino contra reino e hoje vemos igreja contra igreja, pastores contra pastores, tudo por conta do vírus e da quarentena de prevenção, que exige que se evitem aglomerações, o que atinge diretamente a igreja e aos cultos e se fechamos a igreja ou não. Irmão contra irmão, contra e a favor do fechamento das igrejas.
Estejamos atentos, com as nossas lamparinas acesas e com reservas de óleo, porque o noivo está às portas e não podemos correr o risco de estarmos distraídos ou brigando entre nós.