A população que reside no município de Codajás, no interior do Amazonas, vem enfrentando um sério problema. O único porto do município está a quase 60 dias sem o fluxo de veículos leves e, conforme moradores locais que entraram em contato com a equipe de jornalismo do portal de notícias Amazônia Press, quem sofre mais com a situação são os estivadores do porto, que precisam trabalhar em dobro carregando as mercadorias em uma distância de, aproximadamente, 120 metros.
Um dos moradores clama ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Estado do Amazonas (DNIT) e às autoridades que resolvam o problema o mais rápido possível.
“O DNIT até agora não resolve nada. Alguns estivadores já não conseguem mais trabalhar devido as dores em suas costas e ninguém faz nada para resolver esse problema que se torna grande. Que Deus toque no coração de todas as autoridades, como o prefeito e vereadores, e também aos responsáveis pelo DNIT Amazonas”, declarou.
Parte do porto flutuante de Codajás foi interditado no final de outubro pela empresa pela empresa responsável em decorrência dos serviços de manutenção e operação do local. De acordo com o responsável, o fechamento foi motivado pela inclinação que o berço do flutuante intermediário está apresentando por culpa de problemas com afundamento do solo – por conta da estiagem – nas regiões próximas à sua fundação. Com a interdição, foi proibido o acesso de carros, caminhões, veículos leves ou pesados, permitindo somente o acesso de pessoas, motos e moto-cargas. No entanto, populares alegam que o problema existe desde a execução da mesma, há cerca de oito anos.
“Foi erro de execução. Tem oito anos que o porto está liberado assim e já é tempo demais para o DNIT saber. A base que sustenta a balsa intermediária declinou. Quando o rio seca, com o erro da execução, girou cerca de 1,5m. Trabalho a vida inteira nesse porto e eles nunca vieram fazer. Quando declinou, eles vieram e pararam tudo, mas não deram uma solução para a população. O único porto do município é esse, aí ninguém vem ver nada e nem aparece para resolver o problema. Estão esperando o rio subir, mas até ele subir o que vamos fazer? Precisamos de uma solução antes de esperar a água subir. É o município todo que sofre com isso. Já tem gente com sintomas de hérnia de disco, é uma subida muito cansativa e longa para os trabalhadores fazerem com as mercadorias”, comentou outro morador.
Entramos em contato com a Prefeitura de Codajás, que alegou que, o que tem em mãos até o momento é apenas o comunicado da empresa Comserviço LTDA, que administra o porto, suspendendo a utilização da estrutura para veículos pesado, médios e pequenos e, ressalta que ainda está permitido ao uso de passageiros. Além disso, a prefeitura também pontua que, desde o envio do comunicado por parte da empresa há 60 dias, não obtiveram atualizações referentes ao caso.
Por meio de nota emitida pela empresa há cerca de 60 dias, a proibição foi aplicada devido à inclinação que o berço do flutuante intermediário está apresentando por culpa de problemas com afundamento do solo nas regiões próximas à sua fundação. Essa proibição ocorre, pois, quando veículos leves ou pesados acessam o flutuante por meio da ponte, a estrutura metálica do berço apresenta sinais de instabilidade.
“Dessa forma, com o objetivo de evitar maiores danos à estrutura do porto e acidentes com operadores e usuários, o acesso de veículos leves e pesados ao flutuante principal, por meio da ponte, fica proibido. Procurando evitar também maiores danos à estrutura metálica do berço, fica proibida a atracação de proa ou popa no flutuante principal. Este tipo de atracação pode forçar ainda mais a estrutura do berço e gerar acidentes. Assim, a atracação deve ser realizada somente utilizando os bordos das embarcações. Da mesma forma, durante a ocorrência de temporais e fortes ventos, todas as embarcações que estiverem utilizando a IP4 devem desatracar imediatamente”, informa a nota.
Tentamos contato novamente com a empresa em busca de mais esclarecimentos, mas até o momento não obtivemos respostas. Também entramos em contato com o DNIT e ainda estamos no aguardo de um retorno.