Os moradores do município de Alvarães, distante 531 km de Manaus, tentam após a cheia histórica e com a pandemia, voltar a rotina de serviços e trabalho. Trabalhadores reclamam da falta de investimentos no setor primário agrícola, reforma na feira municipal e nas estradas que são acesso ao escoamento da pequena produção da cidade. Outra preocupação é dos servidores públicos, já que ano passado tiveram o 13º salário atrasado, e não querem passar o natal novamente sem o benefício.

Uma das preocupações dos pequenos agricultores de Alvarães é a volta de poder produzir e vender seus produtos como o produtor Mário Silva (38) deseja “Tanto que desejo voltar ao trabalho com meus filhos, e ter um pouco de dinheiro pra comprar novamente o que foi perdido durante a cheia. Era bom ter um pouco de ajuda do prefeito, estamos esperando”, afirma o produtor local.

As reclamações também é da recuperação de algumas ruas, que após a cheia deste ano, ficou inviável trafegar, sendo algumas necessárias para o escoamento da produção e da rotina diária como declara o produtor “Outra coisa é dar uma melhorada nessas estradas, tá difícil de ir pra qualquer lugar, é só lama e buracos. Tem que ajeitar”.

Ano passado, após as eleições municipais, simplesmente o antigo prefeito largou a administração da cidade. Com isso, os servidores públicos fizeram manifestações em frente a sede da prefeitura, pois viviam um pesadelo por não receberem o benefício do 13º salário, e terem que passar o fim de ano sem dinheiro com a família, segundo uma servidora do município que não quer se identificar “Foi uma total falta de respeito com a gente, eles perderam a eleição e quiseram descontar na gente. Depois perguntam porque não acreditamos mais em políticos”.

Segundo o ranking da Transparência elaborado pelo Ministério Público de Contas (MPC), órgão da estrutura do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Alvarães está entre as 21 prefeituras consideradas em estado crítico, obtendo o percentual de apenas 23%. O novo prefeito Lucenildo de Souza (PSC), de 39 anos, conta apenas ter encontrado uma prefeitura totalmente destruída e endividada para os moradores.

Agora é esperar para que o município obtenha uma boa receita anual, já que as dívidas, só de energia ultrapassam 5 milhões, sem contar com o resultado primário negativo de R$15 milhões. Os alvarenses esperam uma nova administração pública que resolva problemas antigos e tragam um pouco de geração de emprego e renda, para o município e comunidades ribeirinhas.

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