O tenente-coronel Mauro Cid voltará à sede da Polícia Federal, em Brasília (DF) nesta segunda-feira (28) para prestar depoimento. Ele foi ouvido na sexta-feira (25) por cerca de duas horas, mas sob problemas no sistema judiciário que evitaram o registro de pelo menos parte do depoimento. Na ocasião, o militar passou cerca de seis horas na sede da PF.
Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está preso desde maio deste ano por suspeitas de fraudes em cartões de vacinação. O depoimento desta segunda ocorre no âmbito do inquérito que investiga as ações do hacker Walter Delgatti, investigado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), supostamente a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), e inserir uma ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações do O Tempo.
Cid esteve presente em uma reunião na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu Delgatti no ano passado, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência em Brasília. O hacker admitiu que foi recebido pelo ex-mandatário quando prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro.
Delgatti disse que recebeu oferta de indulto judicial para tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dar declarações apontando falhas na segurança das urnas eletrônicas. Bolsonaro, filhos e assessores confirmam a reunião e que o hacker foi mandado ao Ministério da Defesa para dar opiniões sobre o relatório enviado ao TSE sobre as urnas. Mas ele negam cometimento de crimes.
O hacker foi preso no início de agosto, em uma operação da PF sobre a invasão ao sistema do CNJ. Na mesma ocasião, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SO), que teria contratado o hacker, foi alvo de um mandado de busca e apreensão e teve o passaporte e celulares apreendidos.