Mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira classificou a decisão da Justiça em libertar Alexandre Nardoni, pai e assassino da própria filha, condenado a 31 anos de prisão como “um absurdo”. Ele estava cumprindo pena no presídio de Tremembé, em São Paulo, e agora segue em regime aberto.
A defesa de Alexandre Nardoni pediu que ele fosse transferido para o regime aberto, mas o Ministério Público inicialmente emitiu um parecer contrário. Mesmo assim, o juiz José Loureiro Sobrinho decidiu a favor de Nardoni, levando em consideração seu bom comportamento na prisão e o fato de ele já ter cumprido mais da metade de sua pena.
Alexandre estava no regime semiaberto desde 2019 e sempre retornava ao presídio conforme exigido. Após a decisão judicial de segunda-feira (6), ele foi autorizado a reingressar na sociedade.
Revolta
No regime aberto, ele precisará permanecer em sua residência entre 20h e 6h, podendo sair apenas para trabalhar. Ele está proibido de frequentar bares, casas de jogos ou qualquer outro local considerado incompatível com as condições do benefício. Além disso, o condenado terá que comparecer à Vara de Execuções Penais a cada três meses.
“Minha filha não vai voltar, e ele está em total liberdade de fazer o que quiser, de continuar a vida, de estar aí pelas ruas, assim como eu, assim como você”, completou Ana sobre o crime que acontece em 2008. “Então, é dolorido para quem é da família, é triste, é lamentável ver que a nossa Justiça permite com que isso aconteça”, completou.
Ana Carolina expressou indignação ao pensar que pode encontrar um dos condenados pelo assassinato de sua filha Isabella. Anna Jatobá, que era esposa de Alexandre Nardoni na época do crime, também foi condenada por sua participação no assassinato da menina.
“Saber que posso andar na rua e posso encontrar com ela, saber que a pessoa que matou a minha filha está aí, livre. E a minha filha nunca vai voltar. Nunca vou ter esse privilégio de poder ir à formatura dela”, declarou.
Ela também destacou falhas no sistema legal e defendeu mudanças para garantir que os criminosos cumpram a totalidade de suas penas. “Lamentável, um absurdo. Acho que hoje o mínimo que a gente tem que fazer, que é a minha luta, que é o que penso e idealizo, você pegou uma pena, precisa cumpri-la, pelo menos o período que você foi condenado”, enfatizou.
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