A segunda fase da Operação ‘Jogada Ensaiada’ cumpriu, na manhã desta terça-feira (26), dez mandados de busca e apreensão para investigar ilegalidades em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto. As investigações também apontam a participação de agentes públicos e empresários.
A Operação foi resultado de investigação sobre um suposto esquema criminoso envolvendo fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro, no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Os contratos se tratam de prestação de serviços e fornecimento de material.
A Operação é realizada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/AM) e pela 70ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Patrimônio Público.
Em junho de 2023, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) afastou servidoras do hospital do Estado que foram alvos da operação do MP-AM.
Em cumprimento à decisão judicial, o Ministério Público do Amazonas realizou sequestro e a indisponibilidade de bens dos envolvidos no valor de R$ 1,8 milhão. De acordo com o órgão estadual, foram colhidos elementos de provas que revelaram a potencial associação criminosa entre agentes públicos e atores privados para a prática dos crimes de contratação direta ilegal e de lavagem de dinheiro.
Por meio de nota, divulgada na primeira fase da operação, a SES-AM esclareceu que “não compactua com qualquer prática criminosa e informa que todos os servidores envolvidos em operação deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), foram afastados dos seus cargos. A secretaria reforça que está colaborando com as investigações. Por fim, a SES informa ainda que a unidade já está sendo administrada por um gestor interino”.
Em junho do ano passado, o presidente do Atlético Amazonense, Henrique Barbosa, foi preso na primeira fase da operação. Na ocasião, ele teria usado uma empresa de gestão esportiva para receber repasse de valores aos gestores do hospital 28 de Agosto.
À época, ainda de acordo com as investigações do MP, houve favorecimento a uma empresa para o fornecimento de serviço de agentes de portaria para a unidade hospitalar, sendo identificado sobrepreço na contratação que resultou em prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 2 milhões.
Além dele, foram denunciados Júlia Fernanda Miranda Marques, ex-gestora do 28 de Agosto e companheira de Henrique, e Querciane Alves, diretora financeira do hospital.
Primeira fase
A primeira fase da operação ocorreu em 27 de junho de 2023 e tinha como objetivo prender quatro pessoas, entre eles servidores públicos do Estado e empresários.
Conforme o MP-AM, as investigações apontaram que houve favorecimento a uma empresa para o fornecimento de serviço de agentes de portaria para o hospital, sendo identificado sobrepreço na contratação que resultou em prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 2 milhões.