Por meio das redes sociais, a defensora pública Carol Braz postou uma declaração contrária à campanha publicitária publicada pela concessionária de energia Amazonas Energia. A campanha, que diz “Como impediremos furtos, você que é honesto pagará menos pela energia. Quem é contra o medidor, é a favor do crime”, causou grande polêmica entre a população, parlamentares e órgãos públicos.
Em uma publicação, Carol relembra que a Defensoria, por meio do Núcleo de defesa do Consumidor, conseguiu uma decisão da justiça para impedir a instalação dos novos medidores com sistema de medição centralizada (SMC).
“AMAZONAS ENERGIA, ME RESPEITA! RESPEITA O POVO DO AMAZONAS! A Defensoria, pelo Núcleo de defesa do Consumidor, conseguiu uma decisão da justiça para impedir a instalação dos novos medidores, os chamados SMC. Agora, com total desrespeito, a empresa lançou uma propaganda dizendo que quem é contra o SMC é a favor do crime. Ontem mesmo, o núcleo de defesa do consumidor da Defensoria, já entrou com um pedido na justiça para obrigar a Amazonas energia a retirar imediatamente a propaganda do ar. Portanto, a instalação do SMC continua PROIBIDA pela justiça. Amazonas Energia, eu sou contra o SMC e não sou a favor do crime. Me respeita! As pessoas do meu estado, não são criminosas! Respeita o povo do Amazonas”, diz a publicação.
Em entrevista do portal Amazônia Press, a defensora pública ressaltou que esteve acompanhando o movimento das comunidades desde novembro de 2021, no momento em que famílias humildes foram afetadas pelos valores nas contas de energia após as instalações dos novos medidores
“Essa movimentação começou no núcleo 16 da Cidade Nova. Foi quando começaram a instalar os novos medidores e as pessoas começaram a perceber um aumento significativo nas contas de energia. Não defendemos gato ou desvio de energia, mas as pessoas tiveram muitos contadores estavam contando o consumo de outras famílias. Verificamos e vimos essas situações. Famílias muito humildes, que sobrevivem mal com um salário mínimo, com contas de 900 a mil reais. Realmente eu me sensibilizei com a situação dessas pessoas e comecei a acompanhar a mobilização, além de falar sobre o direito dessas pessoas. Levei o grupo para a Defensoria e ingressamos na Justiça. A Defenoria conseguiu uma liminar para suspender esses novos medidores. Desde lá estamos acompanhando muitas famílias que precisam ou precisaram decidir entre pagar a conta de energia ou comprar comida para a própria casa”, disse.
Complementou ainda: “Eu sou contra esses novos medidores, o material que eles usam é errado, tem a questão da poluição visual que é algo absurdo e a Justiça proibiu tudo isso. A gente se surpreende com essa propaganda que trata e ofende a população tratando todos como criminosos. Quem defende a população, defende por acreditar no que é certo. Eu defendo que essa concessionária perca a concessão, pois eles não respeitam o povo do Amazonas. O que eles estão fazendo com o povo, além de sacrificar o nosso bolso, é não respeitar o nosso caráter. Alem de tudo, não temos concorrência como em outros estados. Isso acaba deixando a concessionária fazer o que bem entende pela falta de concorrência”.