Foto: Divulgação/Secom
Eleito sob o slogan de campanha “A bronca é comigo!”, não é de hoje que o ex-apresentador de TV e atual governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), tem sido protagonista de polêmicas voltadas ao descaso com a população amazonense.
Após uma série de acusações de traição à quem sempre o apoiou e, principalmente, aos amazonenses, um “simples” encontro com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi o suficiente para relembrar a população acerca do negacionismo por parte do do governador no período em que o Estado enfrentava a pandemia da Covid-19.
Wilson Lima segue repetindo a mesma política implementada durante os anos de pandemia, onde o estado foi, sem dúvidas, um dos que mais sofreu com a Covid-19, com milhares de mortos (centenas por falta de oxigênio).
O Brasil e o mundo inteiro assistiram ao desespero que viveu o Amazonas desde o início da pandemia, em março de 2020. Enquanto pessoas morriam sem leito hospitalar e sem oxigênio, denúncias mostravam que uma quadrilha se instalava no governo do estado, que protagonizava um dos mais graves e escandalosos esquemas de corrupção.
Documentos eram publicizados e revelavam que o governo, em plena situação de calamidade, fazia compras superfaturadas, em loja de vinho, de respiradores para o tratamento de pacientes na pandemia da Covid-19. O caso ocorreu em 2020, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19.
No dia 20 de setembro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, abrir uma ação penal contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, pelos crimes de peculato, fraude, dispensa de licitação, organização criminosa e embararaço às investigações.
Em março de 2023, o STJ negou os recursos do governador do Amazonas, Wilson Lima, do então vice-governador Carlos Almeida Filho, e de ex-funcionários públicos e empresários suspeitos de envolvimento na compra de respiradores em lojas de vinho.
Entramos em contato com o ex vice-governador Carlos Almeida Filho, mas não obtivemos respostas.
A Polícia Federal chegou a investigar o governador e a primeira-dama do estado, Taiana Lima, pelo pagamento de R$ 574 mil em dinheiro vivo para reformar a casa onde moram, em Manaus, durante o período da pandemia, em 2020. Em nota divulgada na época, a defesa do governador negou a denúncia. A informação foi revelada pelo jornal O Globo.
Um relatório da PF apontou que uma loja especializada em decoração teria emitido 24 notas fiscais em compras feitas por seis pessoas diferentes e destinadas ao endereço do governador.
As investigações teriam revelado que as pessoas que fizeram as compras não tinham condições financeiras de pagar pelo mobiliário e, de acordo com a Polícia, haveria fortes indícios que eles atuavam como laranjas para ocultar os reais beneficiários dos bens. Um arquiteto é suspeito de fazer o pagamento dos móveis e serviços em dinheiro vivo.
Vale relembrar também que o atual governador e o então secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, foram alvos de uma nova operação da Polícia Federal (PF) para apurar gastos do estado na pandemia.
Foram investigadas supostas irregularidades na construção do hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus, alugado pelo estado para o combate à Covid-19. Segundo a PF, o valor nos desvios chega a R$ 23 milhões.
A equipe de jornalismo do portal Amazônia Press entrou em contato com a assessoria do STJ em busca de esclarecimentos acerca do andamento dos processos mas, até o presente momento, não obtivemos respostas.