Foto: Divulgação

Em meio à crise no futebol do Vasco, com o time na zona de rebaixamento, a relação entre SAF e clube associativo vive seu momento mais conturbado. A forma de condução esportiva e administrativa do futebol é alvo de críticas internas por parte da diretoria da associação.

Ainda existe cordialidade na relação. As partes se reúnem com frequência, o presidente Jorge Salgado esteve no CT na semana passada, mas há críticas veladas. E o momento do futebol amplifica os ruídos. O CEO Luiz Mello está no centro da turbulência.

O executivo nunca teve boa relação com alguns dirigentes do clube associativo, que chegaram a pedir sua saída horas após a nomeação para o cargo, quando a 777 Partners assumiu o controle do futebol, em agosto do ano passado. Mello era CEO do Vasco desde janeiro de 2021, antes do acordo, e tinha divergências com algumas pastas.

A SAF, por sua vez, entende que Mello vem sendo alvo por questões políticas, em ano eleitoral no Vasco. Em novembro, os sócios vão escolher o novo presidente da associação, que manteve 30% do futebol. Na empresa, há quem atribua alguns dos recentes protestos a correntes políticas do clube.

Por parte do clube associativo, as principais queixas se dão pelos resultados no futebol e pela falta de transparência. Há cerca de 20 dias, uma carta assinada pelo presidente Jorge Salgado e por seus pares solicitou uma reunião emergencial do Conselho de Administração da SAF para esclarecimentos.

O pedido foi atendido, e na última segunda-feira houve um encontro virtual do Conselho de Administração, presidido por Josh Wander, dono da 777 Partners. Na reunião, houve a promessa de reforços na próxima janela, mas isso não acalmou a relação.

Tanto que menos de 24 horas depois da reunião outra questão expôs publicamente novos ruídos. Com a depredação de São Januário após o jogo contra o Flamengo, o clube associativo divulgou uma nota afirmando que cobraria da SAF esclarecimentos sobre as circunstâncias do ocorrido e sobre o dispositivo de segurança alocado no estádio.

Por ora, a relação que já teve bons momentos com o acesso à Série A e o investimento pesado na última janela está estremecida. O clube associativo, no entanto, nada pode fazer a não ser cobrar, uma vez que a SAF controla o futebol. Por contrato, o clube pode exigir a saída de Luiz Mello apenas em casos extremos, como um eventual rebaixamento para a Série B.

Paralelamente, há cobranças de todos os lados. Membros do Conselho Deliberativo solicitaram uma reunião extraordinária com Jorge Salgado e Roberto Duque Estrada (representantes do clube no Conselho de Administração da SAF), além de Paulo Bracks (diretor esportivo) e Luiz Mello (CEO da SAF), para cobrar esclarecimentos sobre o futebol e sobre cláusulas do contrato com a 777 Partners. O documento foi protocolado na quarta-feira, como informou o “Lance!”.

Fonte: GE