SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Bradesco e o Banco do Brasil anunciaram na noite desta segunda-feira (5) que pretendem fechar o capital da Cielo, empresa de maquininhas controlada por ambos os bancos.

Para isso, eles farão uma OPA (Oferta Pública de Aquisição), comprando todas as ações disponíveis no mercado por R$ 5,35. Nesta segunda, os papéis terminaram o pregão cotados a R$ 5,03, o que significa um prêmio de 6,36%.

A companhia tem 2.716.815.061 ações no mercado, das quais 30,06% são do Bradesco e 28,65%, do Banco do Brasil. Tirando os 0,72% que estão no caixa da própria Cielo, são 1.102.244.778 papéis em circulação, o que deve gerar uma operação de R$ 5,9 bilhões, coordenada pelo Bank of America Merrill Lynch e pelo Bradesco BBI.

O Bradesco seguirá o maior acionista, já que o Banco do Brasil se dispôs a ficar com, no máximo, 49,99% do capital.

Segundo as três companhias envolvidas, não há data para a operação ser concluída, mas a expectativa é que a agenda da operação seja divulgada nos próximos dias. “O pedido de registro da OPA na CVM [Comissão de Valores Mobiliários] será realizado no prazo previsto na regulamentação vigente”, diz o BB em fato relevante.

O procedimento se estende aos ADRs (recibos de ações da empresa negociados nos Estados Unidos sob o código “CIOXY”).

Relembre o histórico da Cielo

Ex-VisaNet, a companhia tinha o monopólio das transações com a bandeira Visa, enquanto Redecard (hoje Rede, do Itaú) passava Mastercard. Em 2009, seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) foi o maior da Bolsa de Valores brasileira até então.

Porém, com a abertura do mercado em 2010, a concorrência corroeu a participação de mercado da Cielo. Desde que ela abriu capital, a companhia se desvalorizou 40%, e hoje vale R$ 13,6 bilhões. No auge, em 2015, cada ação chegou a R$ 31,90.

Nesta segunda, a companhia anunciou um lucro líquido de R$ 1,86 bilhão em 2023, alta anual de 26%