João 21:15-17
15 – E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
16 – Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
17 – Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito pela terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
INTRODUÇÃO – Estamos praticamente há três meses falando sobre amor e parece que este assunto é inesgotável. A cada leitura bíblica que fazemos, a cada reflexão, a cada sermão, descobrimos uma nova faceta, um novo detalhe que vem para reforçar mais ainda sobre a necessidade que temos de estudar mais, nos aprofundar ainda mais neste assunto tão maravilhoso, tão envolvente que acaba colocando em check o nosso amor, ou pelo menos a nossa visão e a nossa maneira de amar.
Não que duvidemos do nosso amor pelo Senhor nosso Deus. Não é isso. Porém, o nosso alvo é amar a Deus sobre todas as coisas, com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento, com todas as nossas forças.
Ai, inevitavelmente, chegaremos a conclusão que ainda falta muito e que não há um crescimento progressivo e amadurecedor do nosso amor. Por exemplo: Aos trinta e um anos de casado, hoje posso afirmar que o meu amor por Lenir é bem maior do que o amor de tempos atrás. Por que o nosso amor foi amadurecendo, foi criando uma dependência e formando uma unidade.
E é isso que experimentamos no nosso relacionamento com o Pai. A cada dia vamos nos apaixonando mais e mais, buscando maior intimidade e conhecer mais da Sua soberana vontade para a nossa vida. E isso vai gerando uma unidade, uma dependência e uma confiança tão grande que nos faz descansar.
PRIMEIRA PARTE – QUEM ERA PEDRO?
Pedro era aquele pescador que abandonou as redes e o barco e seguiu a Jesus. A Bíblia diz que era indouto e segundo o dicionário da língua portuguesa, indouto é: . Aquele que não possui erudição; quem não é douto; quem não tem muitos conhecimentos sobre o assunto em questão.
P.ext. Ignorante; quem não tem instrução, conhecimento, habilidade.
P.ext. Incapaz; quem não tem perícia, capacidade.
adj. Diz-se da pessoa ignorante, incapaz, inapta, inculta.
Podemos atribuir também um certo descontrole emocional e uma oscilante fé.
Pedro é aquele que pede para andar sobre as águas com Jesus e quando o faz, amedronta-se com os fortes ventos e as violentas ondas, começa a afundar e grita por socorro. É aquele também que tenta demover Jesus da ideia de morrer na cruz. É aquele que afirma estar pronto para ir com o Mestre até a morte. É aquele que num ímpeto de ira, com a nobre intenção de proteger a Jesus, saca da espada e atinge o soldado, decepando-lhe a orelha. É também aquele mais lembrado por ter negado a Jesus três vezes.
O Pedro de quem falamos é aquele que logo após a morte do amigo e Mestre desiste de tudo, esquece os três maravilhosos anos de uma convivência intensa e decide voltar à vidinha de sempre, no mar da Galileia, como um pescador qualquer.
Com este breve histórico, podemos afirmar que Pedro era um homem carnal, humano, normal, como qualquer um de nós.
SEGUNDA PARTE – A INTENSIDADE DO AMOR
15 – E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?
O que nos chama a atenção neste versículo é a intensidade do amor. Não era um amor qualquer; não era um amor como o amor dos outros discípulos. Era amar mais do que os outros.
Talvez Pedro inocentemente tenha demonstrado este amor quando tenta demover Jesus da ideia fixa de morrer. Talvez, quando afirma impensada e irresponsavelmente que seria capaz até de morrer com o Mestre. Ou talvez ainda, quando ataca o soldado e arranca-lhe a orelha, no intuito instintivo de defender a Jesus da prisão.
Como sempre ensinamos, o amor está longe de ser um sentimento. O amor é um conjunto de procedimentos. Todos os outros discípulos tinham um sentimento de amor por Jesus. Porém, Pedro foi o único que demonstrou através de atitudes.
TERCEIRA PARTE – A PROVA DE AMOR
15 – Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
Jesus conhecia Pedro e era consciente do amor de Pedro por Ele. Mas faltava uma prova do amor sacrificial, aquele amor mencionado pelo Apóstolo Paulo, em I Coríntios 13, o amor que tudo sofre, tudo espera, tudo suporta e tudo crê.
E agora Jesus comissiona Pedro: Apascenta as minhas ovelhas.
Jesus iria para o Pai, mas queria ter a certeza de que alguém estivesse cuidando das suas ovelhas. E assim como o Padre Fábio de Melo diz que somos humanos demais para entender, Pedro era humano demais, suficientemente humano para entender humanos, fracos, frágeis, pecadores e vacilantes como ele.
QUARTA PARTE – O AMOR, A ÚNICA EXIGÊNCIA
Notem que Jesus não tem um questionário pronto para ser respondido por Pedro. Não pergunte se ele é amilenista, pré milenista ou pós milenista. Não quer saber o que ele entende por eleição ou predestinação. Se é dizimista, ofertante ou votante. Se ele é pentecostal, neopentecostal, tradicional ou histórico.
A única pergunta de Jesus a Pedro é: Tu me amas?
Às vezes nós nos amamos tanto que não queremos ir para o inferno. No entanto, não amamos o suficiente aquele que é o único que pode nos livrar do inferno.
CONCLUSÃO – Somos um bando de Pedros na essência mais humana da palavra. Fracos, frágeis, pecadores, vacilantes, porém contaminados por um amor tão forte que nos faz forte, que é o amor de Deus por nós e em nós.
Jesus continua fazendo a única pergunta que nos credencia ao ministério: “Tu me amas ?” Contudo, este pergunta vem acompanhada de uma comissão extraordinária: “Apascenta as minhas ovelhas”.
E o apascentar ovelhas, além de ser uma prova inconteste do nosso amor por Ele, é uma certeza de que somos correspondidos e capacitados.
EDSON E LENIR DE JESUS – São Pastores da IGREJA BATISTA BÍBLICA DE FLORES – Uma Igreja de Poder – Manaus – AM.