Fotos - Eliton Santos / Semed

Para fortalecer a língua, a cultura e a identidade indígena do povo kokama, a Prefeitura de Manaus, em parceria com o Movimento de Vitalização da Língua Kokama, instituições parceiras e comunidades indígenas atendidas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), iniciaram nesta sexta-feira, 11/11, o 2° Campeonato de Língua Kokama com alunos matriculados nas escolas indígenas da rede municipal de ensino. O evento aconteceu no Museu da Amazônia (Musa), no bairro Cidade de Deus, zona Norte. A competição termina neste sábado, 12.

O campeonato é organizado pela Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI) da Semed. No primeiro dia, cerca de 100 alunos que frequentam os Espaços de Estudo de Língua Materna e Conhecimento Tradicionais Indígenas participaram do evento. A Semed possui 22 espaços e atende cerca de 497 alunos indígenas.

De acordo com a gerente da GEEI, Giovana de Oliveira, esse é um momento muito importante para a gestão do prefeito David Almeida, que tem o compromisso em manter as tradições indígenas. “Há 17 anos, a Semed tem a preocupação em manter a tradição dos povos indígenas. Criamos os Espaços na zona urbana para que atendam os nossos alunos e mantenham sempre a língua materna nas comunidades. Nosso objetivo é propagar e fortalecer a língua kokama dentro da cidade”, disse Giovana.

A competição foi dividida por categorias com nomes de peixes em kokama como upari (sardinha), crianças de 3 a 7 anos; tapaka (pacu), 8 a 12 anos; ipirawira (boto), 13 a 18 anos; ananira (pirara), 19 a 29 e iwatsu (pirarucu), acima de 30 anos.

A aluna Maria Izabel Faba Arirama, que frequenta o Espaço Cultural Yapiuna, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste, disse estar muito feliz em participar de um campeonato mostrando a sua língua materna. “No Espaço eu comecei a falar a minha língua materna e hoje apresentei tudo o que eu aprendi. Isso foi muito importante”, ressaltou Izabel.

A apresentação é analisada de acordo com a idade, poesia, adivinhação, imitação, contação de história, apresentação musical, dança, teatral, entre outros. O uso de grafismo, vestimentas tradicionais, desenvoltura na oralidade, caracterização do ambiente e participação dos professores, foram critérios de avaliação.

O júri foi composto por anciãos e representantes de instituições parceiras e estudiosos da língua. 

“Estou muito emocionada com o que eu estou vendo aqui. É a primeira vez que eu participo desse campeonato. Percebo que existe um trabalho muito importante na Semed em valorizar a identidade desses povos, começando pelas crianças”, elogiou a professora do curso de Letras na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Jeiviane Justiniano da Silva.

Premiação

Ao final do campeonato os primeiros, segundos e terceiros colocados ganharão medalhas e todos os competidores, medalhas e kits. Os Espaços também serão premiados com troféus.

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Texto – Érica Marinho / Semed