Servidores das forças de segurança do Amazonas se reuniram em frente à sede do Governo do Estado, na zona Oeste de Manaus, em manifestação nesta quarta-feira (22) para exigir o pagamento das datas-bases devidas aos profissionais da segurança pública estadual. O protesto, que contou com a presença de policiais civis, militares, bombeiros, servidores técnico-administrativos e peritos, trouxe à tona questões urgentes sobre a remuneração e as condições de trabalho dos agentes de segurança.
A reivindicação dos servidores tem como base a Lei nº 3.725/2012, que regula a remuneração de todos os segmentos que compõem o sistema de segurança pública do estado. O artigo 7º dessa lei estabelece o dia 21 de abril de cada ano como data-base para o reajuste salarial dos servidores. No entanto, segundo os manifestantes, o governo estadual tem falhado em cumprir com esse compromisso, resultando em atrasos nos reajustes que impactam diretamente o poder de compra e a qualidade de vida dos profissionais. Os manifestantes reivindicam o pagamento do benefício referente aos quatro anos anteriores, de 2021 a 2024. Segundo a categoria, existem policiais civis com atraso na data-base em quatro ou cinco anos.
Outro ponto crítico levantado pelos manifestantes foi a situação dos aprovados no concurso público de 2021 para a Polícia Militar, que até agora não foram convocados para assumir seus postos.
Paulo Machida, representante da Comissão 01 dos aprovados do concurso da PMAM 2021, expressa a frustração dos candidatos que já passaram por todas as etapas do processo seletivo, incluindo exames médicos, teste de aptidão física (TAF), entrega de documentos, exame toxicológico e avaliação psicológica. “Muitos desses aprovados já estão sem expectativas, sem esperanças, porque o governo não se posiciona. Dos 3.527 aprovados, apenas 1.169 foram chamados, restando ainda 2.358 candidatos sem convocação. Enquanto o índice de criminalidade no estado continua a crescer de forma alarmante, é inaceitável que os aprovados capacitados aguardem indefinidamente por uma convocação”, afirma.
A defasagem no efetivo da Polícia Militar, que atualmente conta com cerca de 7 mil policiais, quando o ideal seria 15 mil, agrava ainda mais a situação. A falta de profissionais tem sobrecarregado os policiais em serviço e comprometido a segurança pública, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.
Há 20 dias acampados em frente à sede do governo, representantes das categorias da segurança pública tentam agendar uma reunião com o governador Wilson Lima para cobrar o pagamento da data-base. Segundo a categoria, o benefício está atrasado há 168 dias. Os profissionais da segurança montaram acampamento no dia 2 de maio deste ano e prometeram sair somente após o governador Wilson Lima atender os direitos da classe.
Mães concurseiras combatem o desleixo de Wilson Lima e o esbanjo da Primeira-Dama
O governo do Amazonas ainda não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações dos manifestantes. No entanto, a pressão dos servidores e da sociedade civil continua a aumentar, na esperança de que medidas urgentes sejam tomadas para atender às demandas dos profissionais da segurança pública. Continuaremos acompanhando de perto o desenrolar dessa situação e trará atualizações sobre as respostas do governo e os próximos passos dos manifestantes. Vale lembrar que o espaço fica aberto para quaisquer declarações.