Na última semana, mulheres têm se reunido nas ruas, fortalecendo um movimento de protesto contra o governador atual. Elas marcham juntas, determinadas a fazer valer seus direitos, especialmente a tão esperada convocação no contexto dos concursos públicos. O que motiva essas mulheres é a busca por respeito e consideração, especialmente por parte de um governador que parece ignorar suas necessidades. Enquanto enfrentam a falta de reconhecimento e convocação, é doloroso observar a ostentação de luxos nas redes sociais da esposa do governador, uma realidade distante da vivenciada por essas mulheres. Fora dessa realidade de privilégios, mães e mulheres lidam com a falta de valorização e reconhecimento de sua classe, uma discrepância que não pode ser ignorada.
Em entrevista exclusiva ao Site Amazônia Press, elas afirmam que esses protestos não se limitam apenas a questões de emprego ou atrasos de direitos; são uma luta pela dignidade, igualdade e respeito para todas as mulheres que anseiam por um futuro melhor.
Jackeline Rodrigues, 26, líder feminina dos aprovados da PMAM 2021, relata o desafio duplo de ser mãe e não ser convocada após conquistar sua vaga no concurso público. Em uma entrevista exclusiva, ela compartilha as dificuldades enfrentadas ao equilibrar a maternidade com a preparação para os concursos, revelando a angústia de aguardar ansiosamente pela convocação enquanto busca garantir um futuro melhor para suas filhas.
“O ponto inicial foi minha inscrição no concurso, enfrentando o preconceito familiar e social associado à profissão. Após um processo concorrido e marcado por desafios, percebemos sua natureza política, voltada para a reeleição do governador. Formamos então a Comissão 01, lutando incansavelmente, pressionando políticos e órgãos governamentais, buscando visibilidade e mudança. Enquanto isso, equilibrei minha vida de mãe, trabalhadora e concursanda. Passamos pela etapa temida do ‘TAF’ e fomos homologados. Desde então, aguardamos ansiosamente pela convocação, cientes da batalha árdua que enfrentamos. Não desistiremos. Meu compromisso é oferecer um futuro melhor para minhas filhas. Enquanto isso, continuo trabalhando e sonhando com os dias vindouros ao lado dessas mulheres extraordinárias.” – Destacou Jackeline Rodrigues, líder dos aprovados da PMAM 2021.
Essas mulheres, que batalharam com dedicação para conquistar suas aprovações em concursos públicos, agora se veem em uma encruzilhada, aguardando a convocação que nunca chega. Investiram tempo, esforço e recursos significativos para se prepararem, passando por todas as etapas do processo seletivo, apenas para serem deixadas em uma espera desoladora.
A falta de um cronograma claro por parte do governo para a convocação agrava ainda mais a situação, resultando em impactos devastadores em suas vidas. Muitas dessas mulheres precisam lidar com a ansiedade, o estresse e a incerteza sobre o futuro profissional, enquanto enfrentam dificuldades financeiras para sustentar suas famílias. A espera
prolongada afeta também sua saúde mental, gerando preocupações constantes e impactando negativamente o ambiente familiar.
Em meio à saga das concursadas, destaca-se a história inspiradora de Raquel Laurentino, uma mulher que encara de frente os desafios de ser mãe, esposa e agora concursada nos certames da PMAM/2021 e CBMAM/2021. Sua jornada é marcada por determinação, sacrifícios e a busca incansável por uma oportunidade de garantir estabilidade profissional para sua família. Raquel compartilha os altos e baixos de sua trajetória, revelando a força e a resiliência necessárias para enfrentar os desafios do caminho rumo à aprovação e à realização de um sonho.
“Quando soube da oportunidade de concurso, concentrei todas as minhas esperanças nela. Decidi até mesmo trancar minha faculdade para me dedicar integralmente aos estudos. No entanto, esse período de intensa preparação e pressão acabou desencadeando um quadro severo de ansiedade, conhecido como disidrose, afetando até mesmo a habilidade de fechar as mãos. Mas por trás desse esforço, está o desejo ardente de proporcionar um futuro melhor para meus filhos, uma motivação que transcende todas as dificuldades. Após passar por todas as etapas do processo seletivo, ainda me vi tomada pelo sentimento de autocrítica e cobrança, chorando dias seguidos e questionando minha capacidade. No entanto, encontrei minha fortaleza na minha família, que sempre esteve ao meu lado. Não desistirei jamais, pois luto não apenas por mim, mas por eles. Agora, aguardo ansiosamente o momento de vestir a farda, ansiosa para compartilhar essa conquista ao lado dos meus futuros colegas de farda, pronta para servir e proteger a sociedade.” – Compartilhou Raquel Laurentino.
Essas mulheres, movidas pelo desejo de proporcionar um futuro melhor para seus filhos, veem na estabilidade de um emprego público uma oportunidade de realização pessoal e segurança financeira.
No entanto, a incerteza e a falta de reconhecimento comprometem essa esperança, deixando-as frustradas e impotentes diante de uma situação injusta e desafiadora. Em meio a tudo isso, elas se unem, compartilhando suas histórias, buscando apoio mútuo e lutando não apenas por si mesmas, mas por todas as pessoas que enfrentam circunstâncias similares.
Enquanto as mães concurseiras marcham nas ruas em busca de reconhecimento e convocação nos concursos públicos, observam com desalento a atenção que o governador dispensa à primeira-dama, que desfruta de luxo e privilégios. Elas anseiam pela mesma sorte, desejando serem notadas pelo governante para que finalmente sejam convocadas pelo governo. Sonham com a oportunidade de desfrutar dos salões luxuosos neste Dia das Mães, assim como a primeira-dama, e poderem celebrar não apenas como mães, mas também como profissionais realizadas.
Após pressionarem por respostas sobre a demora na convocação dos aprovados no concurso público de 2022, as mães concurseiras receberam uma resposta da Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Segundo a instituição, até novembro de 2023, foram convocados 1.121 dos 1.350 aprovados, dentro do prazo estabelecido pelo edital, que pode ser prorrogado por mais dois anos para a convocação dos classificados.
Entre os convocados, há uma distribuição de vagas: 1.000 são soldados, 100 são oficiais combatentes e 21 são oficiais de saúde, estes últimos já em atividade após concluírem o Curso de Formação de Oficiais de Saúde (CFSO) em abril de 2023. Os demais convocados, tanto soldados quanto oficiais, estão atualmente em processo de formação. Os alunos soldados iniciarão o estágio supervisionado nas ruas em julho, com previsão de conclusão do curso até dezembro deste ano, enquanto os alunos oficiais devem concluir sua formação até 2026.
Essa resposta da PMAM traz um pouco de luz sobre o processo de convocação, mas muitas das mães concurseiras continuam aguardando ansiosamente por sua convocação, esperando que em breve possam dar início à sua jornada profissional na instituição.