O governador Wilson Lima (União Brasil) vive um novo momento de tensão em Manaus. Isso porque o Governo do Amazonas não repassou os valores do Passe Livre Estudantil, que garante a gratuidade para alunos da rede pública, causando uma greve do transporte alternativo, conhecido como ‘Amarelinhos’ na madrugada e manhã desta segunda-feira (18).
A paralisação pegou os estudantes que se preparavam para ir à escola de surpresa. Os micro-ônibus foram estacionados em avenidas das zonas Leste e Oeste de Manaus, o que causou uma superlotação em diversas paradas, tendo em vista que restaram apenas os ônibus convencionais para que todos pudessem usar.
Ainda na manhã de hoje, os trabalhadores fizeram um protesto em frente à sede do Governo do Amazonas, na zona Oeste da cidade, para chamar a atenção de Wilson Lima e seguraram faixas com os dizeres: “Estamos sem Diesel por culpa do Governo do Amazonas”, “Governador, pague os estudantes gratuitos da rede estadual” e “Estamos sem receber desde julho de 2024”.
Wilson Lima e a manobra política
Em dezembro de 2021, Wilson Lima e a Prefeitura de Manaus assinaram o convênio inédito, que se tornou um marco histórico no Amazonas para combater a evasão escolar e auxiliar as famílias de baixa renda, o que causou ânimo e virou motivo de comemoração para os manauaras.
Em 2022, Wilson Lima se reelegeu como o governador mais votado da história do Amazonas, e durante a campanha, usou o Passe Livre como palanque político para promover sua imagem.
Um ano depois, Lima renovou o convênio, garantindo assim, supostamente, mais um ano de gratuidade para os estudantes. A realidade de 2024 é que, na reta final das aulas, o governador não consegue cumprir o que prometeu e os estudantes ficam sem resposta.
Wilson Lima trai a Prefeitura de Manaus
Sem os repasses do Governo do Estado, a Prefeitura de Manaus fica em uma posição complexa e, assim como a população, cobra o combinado.
Em nota, o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) afirmou que, da sua parte, os valores referentes aos estudantes transportados gratuitamente pelo transporte alternativo foram devidamente pagos até o mês de julho deste ano.
“O convênio entre o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus foi firmado em seis parcelas. No momento, o IMMU aguarda o repasse das parcelas que restam do convênio para que possa efetuar o pagamento dos meses restantes. Reforçamos que os pagamentos aos operadores do transporte alternativo são realizados de forma imediata, assim que os recursos são repassados pelo Estado”, diz a nota divulgada à imprensa.
A equipe de reportagem do portal Amazônia Press tentou contato com o Governo do Amazonas para cobrar esclarecimentos sobre o caso e uma previsão para que os valores sejam pagos, mas até a publicação desta matéria, não obtivemos resposta.