As eleições municipais deste ano trouxeram um cenário desafiador para o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que emerge como o maior derrotado. Embora tenha conseguido vitórias em 23 municípios, Lima viu seus candidatos amargarem derrotas nos principais colégios eleitorais, incluindo Manaus, Parintins, Manacapuru, Itacoatiara e Presidente Figueiredo. Este revés não só enfraquece sua influência política como também compromete suas ambições futuras, como a possível candidatura ao Senado em 2026, que agora parece cada vez mais distante.
O pior padrinho político do Amazonas?
Wilson Lima está sendo apontado como o pior “padrinho político” do estado. Sua capacidade de transferir votos tem sido questionada após as eleições, principalmente pela derrota de seu aliado direto, Roberto Cidade (União Brasil), que sequer conseguiu chegar ao segundo turno na corrida pela Prefeitura de Manaus. A expectativa de que Cidade fosse um dos finalistas não se concretizou, deixando Lima numa posição desconfortável. A derrota inesperada de Cidade, que ficou em quarto lugar, atrás até de Amom Mandel (Cidadania), gerou perplexidade entre os analistas políticos, que não esperavam um desempenho tão baixo de um candidato com forte estrutura de campanha.
Apesar de bons índices nas pesquisas eleitorais, Roberto Cidade não conseguiu capitalizar o apoio de Wilson Lima, o que alguns especialistas apontam como um fator decisivo para o fracasso. Lima, que apostou tudo nessa eleição, agora enfrenta uma queda acentuada de prestígio.
Escândalos e a mancha do “Parintinsgate”
Um dos maiores problemas enfrentados pelo governador nas eleições foi o impacto de escândalos recentes, como o caso conhecido como “Parintinsgate”. Esse episódio, que veio à tona com a divulgação de vídeos mostrando membros de seu governo – incluindo o diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle, e o secretário de Estado da Cultura, Marcos Apolo Muniz – tramando o uso de forças policiais para favorecer a candidata Brenna Dianná (União Brasil), abalaram a confiança pública. A tentativa de manipulação em Parintins resultou na vitória de Mateus Assayag (PSD), apoiado pelo prefeito Bi Garcia, e colocou em evidência a fragilidade da estratégia política de Lima.
Além de Parintins, Lima viu derrotas significativas em Manacapuru, onde Valcileia Maciel (MDB) superou Ângelus Figueira, e em Itacoatiara, onde o prefeito Mario Abrahin (Republicanos) manteve o controle, derrotando o candidato de Lima, Cabo Maciel (PL). Em Presidente Figueiredo, a situação foi apertada, mas ainda assim Fernando Vieira (PL) venceu por uma pequena margem a prefeita Patrícia Lopes (União Brasil), candidata de Lima.
A derrota de Manaus
A grande derrota, porém, aconteceu em Manaus, o maior colégio eleitoral do estado. A corrida pela Prefeitura da capital será decidida entre David Almeida (Avante) e Alberto Neto (PL), após Roberto Cidade amargar um humilhante quarto lugar, algo inédito para um candidato apoiado pela máquina estadual. A campanha de Cidade foi a mais robusta em termos de estrutura: maior tempo de TV, maior número de partidos e candidatos a vereador, além de contar com o apoio ostensivo de Wilson Lima. Ainda assim, o resultado nas urnas foi desastroso.
O impacto para 2026
A sequência de derrotas coloca em risco as pretensões de Wilson Lima para o Senado em 2026. Com a sua popularidade em queda, marcada por insatisfações que remontam à sua gestão durante a pandemia de Covid-19 e aos problemas persistentes na saúde pública e na segurança do estado, Lima enfrenta uma dura realidade. Especialistas avaliam que, com a perda de força política nas eleições municipais, será difícil para ele reverter a imagem negativa até 2026.
O desgaste de sua imagem é evidente, e sua capacidade de influenciar o eleitorado, especialmente nas grandes cidades do estado, está sob intensa crítica. A derrota em Manaus e nos principais colégios eleitorais do interior confirma o distanciamento entre Lima e o eleitorado amazonense. Analistas políticos sugerem que, se o padrinho de Roberto Cidade fosse outro, o desfecho poderia ter sido bem diferente.
Conclusão
O futuro político de Wilson Lima está em jogo. Considerado por muitos o pior padrinho político do Amazonas na atualidade, ele agora enfrenta o desafio de reconstruir sua base de apoio e restaurar sua credibilidade. Com uma série de derrotas em seu currículo, a estrada até 2026 parece cada vez mais complicada, e suas chances de conquistar uma cadeira no Senado podem estar escorrendo pelo ralo.
Com informações: blogdohiellevy e correiodaamazonia