O governador do Amazonas, Wilson Lima, está no centro de uma tempestade política que pode resultar na cassação de seu mandato, com acusações gravíssimas envolvendo seus ex-secretários e um esquema de terror em Parintins. Segundo denúncias feitas pelo jornalista Ronaldo Tiradentes em seu programa “Manhã de Notícias”, o governo teria sido cúmplice de uma trama perigosa, que incluiu o uso de milícias e traficantes para desestabilizar a segurança da cidade e influenciar as eleições municipais.
Em uma operação classificada como “altamente explosiva”, gravações comprometedoras revelaram que ex-secretários de Wilson Lima, entre eles Fabrício Rogério Barbosa (Administração) e Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura e Economia Criativa), estavam diretamente envolvidos em um plano para usar o medo e a violência para garantir a vitória da candidata Brenna Dianá, do partido União Brasil, o mesmo do governador.
Conspiração Criminosa: Uso de Milícias para Impor o Terror
De acordo com Tiradentes, a operação tinha como objetivo manipular a sensação de insegurança em Parintins. Milícias e traficantes foram mobilizados para “tocar o terror” na cidade, justificando a presença da elite da polícia, a Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), para controlar a situação. O cenário de caos, cuidadosamente orquestrado, tinha uma meta clara: intimidar a população e favorecer a candidatura apoiada pelo grupo governista.
“A ideia era impor o medo, desestabilizar a segurança, para que a Rocam entrasse em ação, como se fosse uma solução milagrosa”, disse Tiradentes. “O governador Wilson Lima demorou demais para demitir os secretários envolvidos, mesmo com os rumores sobre as gravações circulando desde agosto”, completou o jornalista.
A Tardia Reação de Wilson Lima: Exonerações Após a Operação da PF
Apesar de os alertas sobre as irregularidades já serem de conhecimento público, Wilson Lima só agiu na véspera da operação deflagrada pela Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra os envolvidos. A demora em tomar medidas firmes levanta sérias suspeitas sobre o nível de envolvimento do governador. Será que Wilson Lima sabia de toda a trama e apenas esperou o último momento para tentar salvar sua imagem?
Além dos secretários Fabrício Rogério e Marcos Apolo, o ex-diretor da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Vale, também foi exonerado. Chamado de “QG do Crime”, sua residência foi usada como o centro de operações do esquema criminoso. O envolvimento de altos escalões do governo mancha ainda mais a já abalada gestão de Wilson Lima, que enfrenta uma crise sem precedentes.
Polícia de Elite a Serviço do Medo?
As gravações também envolvem membros da polícia militar. O capitão do Comando de Operações Especiais (COE), Guilherme Navarro Barbosa Martins, e o comandante da Rocam, tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, foram exonerados após recomendações da Promotoria. Ambos estão diretamente ligados à operação que utilizaria a força policial para consolidar o domínio do terror em Parintins.
Eleição Manchada e Crise Governamental
A operação da PF, além de expor o esquema de corrupção, colocou em xeque a legitimidade do processo eleitoral em Parintins, e faz pairar uma sombra de dúvida sobre o papel do próprio governador no comando dessa conspiração. As perguntas se multiplicam: até que ponto Wilson Lima sabia da trama? Sua demora em exonerar os envolvidos é um sinal de cumplicidade?
Enquanto a Polícia Federal continua investigando, o futuro político de Wilson Lima está cada vez mais em perigo. O governador parece ter subestimado a gravidade da situação, mas a revelação do envolvimento de seus aliados em um esquema tão perverso pode ser o golpe final em sua gestão.
Ronaldo Tiradentes resumiu o clima da crise: “Eu não quero acreditar que o governador tenha dado essa orientação. Mas o conteúdo das gravações é altamente explosivo”. Agora, o Amazonas aguarda, com inquietação, os próximos capítulos desse escândalo que ameaça abalar as estruturas do governo de Wilson Lima.
Veja o vídeo:
Com informações do canal92am