A importância dos exames do pré-natal para evitar a morbidade materna e a mortalidade perinatal foram destacados na webconferência “Diálogos da Atenção Primária da Saúde”, nesta quarta-feira, 1º/12. O evento semanal é promovido pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), com a proposta de compartilhar conhecimentos, experiências e orientações sobre temas da rotina da rede de atenção primária de saúde como forma de aprimorar os serviços prestados à população.
A ginecologista Ione Brum, professora associada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com doutorado em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de São Paulo (USP–SP), conduziu a webconferência e destacou que durante o pré-natal, é possível estratificar o risco da gestação, a partir da identificação de agravos, doenças e condições, que aumentam o risco de ocorrência de desfechos desfavoráveis, tanto para a mãe, quanto para o bebê.
Segundo a médica, quando a gestação é estratificada como de alto risco, a grávida é encaminhada para seguimento no ambulatório de pré-natal de alto risco, onde será atendida por especialistas, sem, deixar de ser acompanhada pelas equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), uma vez que a APS tem responsabilidade sanitária sobre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de seu respectivo território.
“Assim que for confirmada a gravidez, é necessário realizar consulta com médico ou enfermeiro para identificar as condições de saúde da gestante e iniciar o pré-natal. Outra recomendação importante é a solicitação dos testes rápidos para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C. A partir desses resultados a equipe vai conduzir o pré-natal”, assinalou.
O risco gestacional que podem ser classificados como baixo risco, quando não há necessidade de intervenções de maior complexidade; risco intermediário, quando há riscos presentes que dizem respeito às características individuais e questões sociodemográficas da gestante e de alto risco, ligado às condições que vão da hipertensão arterial, diabetes mellitus a obesidade grave, dentre outras
Um dos pontos altos do evento foi a toxoplasmose gestacional e congênita. A toxoplasmose é uma doença infecciosa que para as mulheres grávidas representa um grave fator de risco, podendo ocasionar aborto espontâneo, morte do feto, cegueira, surdez e outras complicações para a criança.
“O nosso cuidado precisa estar concentrado no primeiro trimestre da gravidez, para podermos avaliar por meio de testes há quanto tempo a gestante foi infectada, se pegou naquele período ou antes da gravidez, definido assim se há risco de transmissão vertical. Essa medida permite que uma vez confirmada a doença, a gestante seja logo encaminhada para o alto risco para ser tratada e dessa forma minimizar os riscos à saúde do filho”, observou.
Para identificar se a infecção é passada ou recente é realizado o exame sorológico de IgG que verifica se a pessoa possui anticorpos contra o parasita responsável pela toxoplasmose, o Toxoplasma gondii.
As principais formas de transmissão da toxoplasmose ocorrem por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, e de forma vertical, ou seja, de mãe para o feto por meio da placenta.
O Diálogos na APS, webconferência semanal, integra as ações de educação permanente da Semsa, para promover atualizações com o objetivo de aprimorar a prática dos profissionais da rede municipal de saúde
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Texto – Tânia Brandão / Semsa
Foto – Divulgação / Semsa