O dia mundial de prevenção ao suicídio é 10.9.
Setembro Amarelo é uma campanha mundial e o Brasil aderiu em 2014.
Em setembro de 1994 nos EUA, um jovem chamado Mike Emme, de apenas 17 anos, cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia de seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarelos com fitas e frases de apoio para pessoas que poderiam estar passando por problemas emocionais. Essa história é triste e emocionante, é uma reflexão séria sobre essa questão.
Falar de suicídio é sempre complexo devido a gravidade. Alguns países de muitas partes do globo vêm se preocupando com as ocorrências, ano após ano. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, ou seja, 1 pessoa a cada 100 mortes registradas e que se tem notícia, pois os casos não registrados, não entram nesta estatística, como por exemplo: acidente de carro, onde os peritos atestam assustados, como tal acidente poderia ter acontecido em via reta; afogamento, onde a pessoa nadava muito bem; e os “suicídios indiretos”, casos extensos e assustadores.
De acordo com a (OMS), a taxa global vem caindo cerca de 36% entre o ano de 2000 e 2019, mas, nas Américas, essas taxas subiram cerca de 17%, entre os jovens. O mais assustador é que o suicídio aparece em alguns estudos como a 4ª causa morte, e na frente desse dado, se tem os acidentes de trânsito, violência interpessoal. Outro estudo mais antigo descreve como sendo o suicídio a 3ª maior causa de morte entre a população ativa de 15 a 45 anos, seguida de AVC, acidente automobilístico e violência interpessoal. O suicídio deve ser considerado um problema de saúde pública.
O Doutor Antônio Geraldo da Silva, Psiquiatra e Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, relata sobre o perigo do álcool e das drogas como facilitadores.
O suicídio não apresenta apenas um motivo isolado, mas vários e diversos possíveis motivos.
A pessoa quando está desesperada, envolta a muitos problemas e conflitos, muitas vezes imagina (ledo engano) que só consegue livrar-se deles, quando idealiza a morte como recurso, que em sua visão equivocada resolveria todos os problemas.
Além dos muitos problemas é necessário combater os mitos que envolvem o tema em questão.
Existe uma questão associada ao tema que precisa ser combatida. A pouco tempo atrás, grande parte da sociedade e os meios de comunicação evitavam falar sobre o tema para não correrem o risco de “incentivar” outras pessoas.
Hoje, a conduta é falar sobre o tema de forma esclarecedora, tomando cuidado necessário com as palavras, tudo em prol da vida.
É preciso quebrar tais paradigmas e barreiras, como por exemplo:
“A pessoa que fala sobre suicídio não tem a intenção de se matar, só quer chamar a atenção”.
“Quem quer se matar não fala”.
“Vai trabalhar que melhora”.
“Isso é falta de Deus”.
“Pessoa com histórico na família, com propensão ao suicídio está determinada a cometer o mesmo ato”.
“Conversar sobre suicídio não é uma boa ideia e pode encorajar quem já está pensando no assunto”.
Esses pontos acima descritos são mitos, pois, conversar, escutar e acolher pode sim, ajudar.
Os pais, familiares, professores e amigos, devem ficar atentos às mudanças de comportamentos, falas que desvalorizam a própria existência, uso de roupas de mangas longas em pleno verão, pois podem estar escondendo automutilações, consumos exagerados de álcoois, queda no rendimento escolar, faltas no trabalho e muitos outros comportamento que acendem a luz vermelha.
É preciso esclarecer alguns pontos fundamentais.
Suicídio é quando a ação é efetiva no seu ato.
O plano Nacional de Prevenção do Suicídio define a tentativa de suicídio como um “ato levado a cabo por um individuo e que visa a sua morte, mas que, por razões diversas, resultou em frustração” (DGS, 2012, p.110), ou seja, tentativa é quando a pessoa tenta findar a própria vida, mas, não tem sucesso.
É preciso saber qual a motivação, ir fundo e tratar a causa e, para diminuirmos essas estatísticas, faz-se necessário que toda a sociedade, os meios de comunicação e os governos federal, estadual e municipal trabalhem em conjunto para mudar essa realidade. Todos os meses, e não só no mês de setembro, deve haver campanhas nas escolas, faculdades, centros comunitários, empresas, entre outros, todos em prol da valorização à vida.
A pessoa que tem ideações suicidas, passa por todo um processo, surge uma organização na mente dessa pessoa, que segue uma sequência: pensamentos de morte; ideias suicidas; desejo de morte; motivação – gatilho, que ocasiona a ação; intenção – planejamento – metodologia; tentativa de suicídio. A pessoa não está bem psiquicamente falando e precisa de acolhimento, ajuda para receber os cuidados necessários.
Fatores que podem levar ao suicídio, geralmente é um conjunto de fatores como: depressão; baixa autoestima; transtornos mentais; abuso de substâncias; bullyng; fatores do cotidiano; impulsividade; imaturidade; predisposição genética; problemas químico cerebral e outros.
Como tentar prevenir:
OLHAR ATENTO.
FALAR ABERTAMENTE SOBRE O PROBLEMA.
QUEBRAR PARADIGMAS E TABUS SOBRE O TEMA.
ENTENDER AS RAZÕES, NÃO JULGAR E NUNCA GENERALIZAR.
MOTIVAR MUDANÇAS DE COMPORTAMENTOS E PENSAMENTOS.
TRAÇAR UM PLANO DE ATENDIMENTO REGIONAL ONDE ESTIMULE UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL, BUSCANDO AUTOCONHECIMENTO EM BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA.
REALIZAR PALESTRAS NAS ESCOLAS, FACULDADES, CENTROS COMUNITÁRIOS, IGREJAS E OUTROS.
ACOMPANHAMENTO PSICOLOGICO E PSIQUIATRICO QUANDO NECESSÁRIO.
INCENTIVAR E PROMOVER EXERCÍCIOS FÍSICOS.
SÃO MUDANÇAS QUE PRECISAM ACONTECER DE FATO E DE DIREITO.
CADA UM DE NÓS FAZENDO A SUA PARTE.
ACREDITE, VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ. PROCURE AJUDA.
Onde procurar ajuda:
SUS: Sistema Único de Saúde que disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da rede de atendimento psicossocial (RAPS).
CVV: Serviço de atendimento móvel de urgência.
CAPS: Centro de atendimento psicossocial.
Escrever sobre esse tema não é fácil, mas, como disse, é necessário.
Se você gostou deste texto, convido você para conhecer meu trabalho sobre autoconhecimento na Instagram e Youtuber. @nazaremussa
Um forte abraço.