A eliminação dos Estados Unidos para a Suécia nos pênaltis, nas oitavas de final da Copa do Mundo feminina, continua repercutindo no país. Antigos desafetos, o ex-presidente americano Donald Trump não perdeu a oportunidade de criticar Megan Rapinoe, atacante da equipe que desperdiçou uma das penalidades na queda do time no domingo.
“A perda ‘chocante e totalmente inesperada’ do time de futebol feminino dos Estados Unidos para a Suécia é totalmente emblemática do que está acontecendo com nossa grande nação sob o comando de Joe Biden. Muitos de nossos jogadores eram abertamente hostis aos Estados Unidos. Nenhum outro país se comportou dessa maneira, nem perto disso. ACORDAR É IGUAL A FALHAR. Belo tiro Megan, EUA! Indo para o inferno!!!”, comentou o ex-presidente em sua própria rede social durante o domingo.
A fala de Trump aconteceu depois de um momento histórico negativo dos Estados Unidos na história das Copas. Pela primeira vez, a seleção, que é a atual bicampeã mundial, não estará em uma semifinal da competição. A eliminação para a Suécia também marcou a despedida de Megan Rapinoe em Mundiais. Melhor atleta da última edição, disputada na França em 2019, a atleta de 38 anos já havia informado que vai pendurar as chuteiras ao fim desta temporada.
CONFLITO ANTIGO
Não é de agora que Megan Rapinoe e Donald Trump entram em conflito. Durante o Mundial de 2019, a atacante e o então presidente americano discutiram via imprensa e redes sociais em diversas oportunidades. Líder da seleção americana e destaque absoluto no quarto título dos EUA na história, Rapinoe foi uma das atletas que liderou a recusa da seleção em visitar a Casa Branca após a conquista, algo tradicional nos esportes americanos.
“Temos cabelo rosa e roxo, tatuagens e dreadlocks, temos brancas e negras, heterossexuais e gays. A tua mensagem exclui pessoas que se parecem comigo”, disse Megan Rapinoe, na época, para justificar a negativa para a tradição americana.
Em 2023, das 32 seleções que participam da Copa do Mundo, a seleção feminina americana é a única que se recusa a cantar o hino nacional. Na partida de estreia contra o Vietnã, apenas três – Julie Ertz, Alyssa Naeher e Lindsey Horan – das onze titulares foram vistas entoando a canção americana.
Rapinoe já chegou a afirmar que nunca mais cantaria o hino dos EUA devido as inúmeras injustiças e preconceitos que ocorrem no país. Desde 2016, a atacante já se ajoelhou inúmeras vezes durante a canção, imitando o protesto antirracista iniciado pelo jogador de futebol americano Colin Kaepernick.