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Na inauguração de um clube de tiro em Florianópolis, a deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou, em discurso para a plateia, que “todo poder emana do cano de uma arma” — uma distorção da premissa da democracia de que “todo poder emana do povo e em nome dele deve ser exercido”. O evento foi no sábado, mas somente ontem o vídeo circulou nas redes sociais. A parlamentar é uma defensora do armamentismo e que intensificou os ataques ao governo federal desde que, na semana passada, foram anunciadas a suspensão das regras baixadas no governo Bolsonaro e o retorno ao texto do Estatuto do Desarmamento de antes da posse do ex-presidente. Com informações do Correio Braziliense.

“A gente vai continuar mais unidos e firmes do que nunca na defesa da nossa liberdade. Porque eles sabem que todo poder emana do cano de uma arma”, diz Julia, no vídeo. Ao Correio, ela afirmou que a frase seria “de um comunista”, Mao Tse Tung. Na verdade, a frase cunhada pelo líder comunista chinês diz que o “poder político cresce do cano de uma arma”.

Segundo a deputada, há uma “guerra assimétrica” em curso entre aqueles que defendem a autodefesa com armamentos e o governo. Segundo ela, o decreto que põe freio ao armamentismo é “genocida”. “É um decreto genocida porque, para mim, a arma é para defender. Inclusive, falo muito de mulheres que têm boletins de ocorrência por violência doméstica e que resolvem ir num clube de tiro para aprender a atirar, comprar uma arma e poder se defender”, afirmou.

Em agenda, ontem, por Santa Catarina, Julia compareceu a outro evento em um clube de tiro em Brusque. Para ela, a medida do governo impactará a liberdade daqueles que escolheram ter uma arma. “Quem imaginaria que teríamos tanto brasileiro armado disposto a lutar? O Estado não pode estar em todos os momentos para nos defender. Não posso jogar o Estatuto do Desarmamento ou esse decreto genocida do Lula para me defender de alguém que queira me agredir”, argumentou.