Thais Bianca, de 34 anos, está em transição de carreira. A ex-panicat investiu durante a pandemia em cursos relacionados a moda e está prestes a inagurar sua própria loja. Thais se encantou pelo segmento enquanto se dedicava a outro empreendimento.
“A moda sempre fez parte da minha vida. Estética e moda andam juntas. Me formei em Estética com 18 anos. Entrei no Pânico, e a vestimenta era mais o biquíni, não podia elaborar mais os looks. Todos os trabalhos acabavam sendo mais voltados para isso. Quando saí do programa, pensei: ‘Já que sou paga para ir em clínica de estética, vou montar a minha’. Daí investi. Foram lindos quatro anos, amo essa área. Nisso, me via como a empresária bem vestida. Quando veio a pandemia, resolvi fechar a clínica. Mas eu gosto de empreender, de comandar”, relembra.
Thais já inicia a carreira com o “empurrãozinho” de Juju Salimeni, que a contratou como sua stylist e fez propaganda da amiga em suas redes sociais. “Quando eu estava estudando, a Ju me mandou uma mensagem falando ‘Tha, cuida de mim?’. Aquilo para mim foi um gás. Ela pode ter o melhor stylist, já trabalhou com vários, e ter pedido conselho para mim foi muito bom. Isso triplica a nossa amizade. Amizade é isso, é ver o melhor na pessoa, se inspirar nela e poder ajudá-la. Juju foi a pioneira das panicats, minha referência para treinar e estar na TV, e agora pede minha opinião de como se vestir. Isso só me fortalece e faz com que eu acredite no meu propósito cada dia mais”, reflete.
A mudança de carreira veio em meio às dúvidas da pandemia e do isolamento social. “Passei por um momento de autodescoberta, perdida, sem saber para onde ir. Falava que não podia me sentir inútil. Fiquei sem saber o que fazer para atingir mais pessoas e ainda continuar fazendo o que eu amo, que é trabalhar com internet. Foi um momento de busca pessoal, de achar meus propósitos. Ganhei uma máquina de costura da minha mãe na pandemia. Comecei a estudar costura e moda e entendi que era o que queria. Fiz vários cursos, incluindo consultoria de imagem e coloração pessoal e decidi criar a minha marca. Gosto de trabalhar nos detalhes dos conceitos”, conta.
Em meio a tantas mudanças, Thais vê ainda o desafio que é transformar a visão do público sobre ela e “mudar a chave” da sua audiência para falar de novos projetos. “As pessoas estão acostumadas a me ver falando de alimentação e treino, e eu venho agora falando de moda. Não quero que as pessoas vejam meu corpo, mas que vejam minha vestimenta. Fazer essa transição e comunicar isso para mais de um milhão de pessoas é um trabalho difícil”, revela.
Em sua marca, Thais deve desenhar as próprias peças e aplicar seus conhecimentos em diversos setores. “Tudo que é novo causa medo. A gente tende a ficar indeciso e achar que não vai dar conta. Quero investir pouco para não errar. Então, eu mesma cuido do marketing e sou a modelo. De vez em quando falo ‘não vou dar conta’, mas quando vejo ganhando forma, falo ‘antes feito do que perfeito, mas bem feito'”, declara ela.
Thais está animada com as transformações e busca manter pensamento positivo para lidar com os medos do novo desafio e não comparar sua trajetória, ainda no começo, com a de outras pessoas já experientes no mercado.
“Às vezes eu me afobo e me sinto agoniada porque me comparo a quem está há muito tempo na profissão, mas estou começando agora. Essas pessoas que são cases de sucesso também passaram por isso no começo da carreira. Sou humilde o suficiente para saber que ainda estou no início e errar faz parte disso, então não deixo o medo me dominar. Ainda estou longe de ser referência, mas quando a gente vai envelhecendo, vai pensando mais a longo prazo. Quando era mais nova, queria saber que roupa que usaria no fim do ano. Hoje as prioridades mudaram, os prazos mudaram”, conclui.
Fonte: Revista Quem