Aplicativos e plataformas digitais têm contribuído para que os fretes de caminhões de carga sejam fechados sem a necessidade de ter cliente fixo e até mesmo de ter um grande volume de veículos na transportadora. Para que o caminhão seja carregado basta um clique no celular. A lógica da tecnologia do transporte de cargas é a mesma usada por motoristas de aplicativos de viagens, considerando proximidade e destino. Atualmente, já existem empresas de aplicativos específicas para o setor.
O criador de uma delas, Frederico Veiga, que diz ter desenvolvido o modelo de negócio porque de 70% a 80% da economia no Brasil é transportada por caminhoneiros autônomos que rodam com os veículos vazios entre 40% e 55% do tempo dele. “Imagina como seria ficar 40% a 55% do ano sem trabalhar. Ninguém vai conseguir sustentar a sua família. Então, com a plataforma a gente diz assim, caminhoneiro, você baixa o aplicativo e encontra a carga para ir e voltar para sua casa. E além disso protege os caminhoneiros e os donos da carga dos roubos de carga”, explica.
Para ele, além da vantagem dos caminhoneiros não rodarem vazios e as transportadoras conseguirem maior atuação no território nacional, para fazer parte da plataforma virtual não há dificuldades: “A gente tem dois modelos de negócios. A empresa que tem carga, a transportadora, se cadastra e paga uma mensalidade para usar a plataforma.
Para o caminhoneiro é 100% grátis. Mas, quando o pagamento é feito na conta do caminhoneiro, a gente ganha também dinheiro. Mas a gente decidiu passar uma parte grande dos ganhos para o caminhoneiro. Negociamos combustíveis com uma rede de postos de combustíveis, dando desconto no combustível.
Damos esse benefício também para os caminhoneiros”, diz. Segundo o estudo realizado pela empresa, o número de buscas de frete rodoviário feitas pelos motoristas aumentou 165% no mês de novembro de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2021. O total de caminhoneiros cadastrados também registrou crescimento, 28% no mesmo período, uma comprovação de que os motoristas estão cada vez mais apostando na digitalização para resolver o problema da falta de cargas do mercado.
Na transportadora de Cleber Ferreira, o aplicativo de fretes está sendo usado há cinco anos. De acordo com ele, o crescimento foi de 300% no volume de serviço com o uso da tecnologia.
“A gente conseguir atender outras praças sem ser regional. Ela fez ficar mais competitiva, ter barganhas, conseguir negócios em regiões que não conseguiria sem ter a plataforma”, diz ele. Com o recurso, Cleber diz que na sua transportadora da zona leste de São Paulo são contratados entre 200 e 300 fretes por mês.
E pra atender toda a demanda que cresceu, os barracões também tiveram que ser ampliados. Antes a transportadora tinha prédio de 600 metros quadrados. Agora já são 1.800 metros de barracões para ampliar a capacidade de armazenagem. “Depois da pandemia, que veio bem forte com isso, nós aumentamos em torno de 300% faturado”, conta.