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O Centro de Documentação e Análise Social da Federação de Professores da Venezuela (Cendas-FVM) identificou que os venezuelanos precisariam de 108 salários mínimos para comprar uma cesta básica de alimentos, calculada para cinco pessoas, cujo valor em maio foi de 523,29 dólares, em torno de R$ 2.495,15, na cotação atual.

A instituição explica que o salário mínimo está fixado em 130 bolívares mensais, ou cerca de 4,85 dólares, o que equivale a R$ 23,13, mas uma família precisaria, na realidade, de pelo menos 17,44 dólares por dia, ou R$ 83,16, para cobrir uma cesta básica de alimentos, calculada com base nos preços de 60 produtos.

O Cendas-FVM calculou o preço da cesta básica em 523,29 dólares, ou quase R$ 2.500. O valor ainda teve uma queda de 0,52% em comparação a abril, quando era de 526 dólares, mas a moeda local subiu.

O setor que registrou o maior aumento foi o de molhos e maionese, com um aumento de 13,27%, seguido por leite, queijo e ovos, com um aumento de 11,21%, e gorduras e óleos, com um aumento de 9,03%.

A inflação acumulada na Venezuela nos primeiros cinco meses do ano é de 96,3%, após um aumento de 5,1% em maio, segundo dados oficiais publicados pelo Banco Central (BCV).

De acordo com o BCV, o aumento médio de preços de bens e serviços em abril foi de 3,8%; em março, foi de 6,1%; em fevereiro, de 19,3%; e em janeiro foi de 42,1%. A inflação mensal mais alta dos últimos dois anos.

Segundo cálculos do Observatório de Finanças (OVF), uma entidade independente composta por especialistas econômicos, o índice de maio fechou em 7,6%, enquanto a variação acumulada nos primeiros cinco meses do ano é estimada em 84,9%.

A Venezuela saiu da hiperinflação, que começou em 2017, em dezembro de 2021, ao reduzir o valor do bolívar, a moeda oficial, assim como a confiança dos cidadãos nela, levando-os a adotar de forma não oficial o dólar americano, na tentativa de proteger seus rendimentos.

R7