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Setor cultural: mais de 900 mil perderam emprego no início da pandemia
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Setor cultural: mais de 900 mil perderam emprego no início da pandemia

Mais de 900 mil trabalhadores do setor cultural ficaram sem emprego no início da pandemia de Covid-19, mostram dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (27). Ao final de 2019, haviam 5,5 milhões de pessoas empregadas no setor, 600 mil a mais do que nos primeiros três meses do ano anterior. No terceiro trimestre de 2020, entratanto, esse número caiu para 4,6 milhões.

Com o avanço da vacinação no país e a consequente retomada dos eventos, houve uma leve recuperação no setor, com a crição de 340 mil postos de trabalho. As novas contratações fizeram com que o número de empregados na área atingisse cerca de 5 milhões de pessoas no segundo trimeste do ano passado, número similar ao observado no início de 2018, mas ainda abaixo do nível de 2019.

O estudo teve como base informações da Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua e apresentadas pelo Sistema de Informações e Indicadores em Cultura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Números revelam que o setor seguiu tendência

De acordo com o Ipea, o mercado de trabalho do setor cultural seguiu uma tendência também encontrada no setor não cultural: um crescimento gradual de 2018 até os primeiros meses de 2020, seguido por uma redução do número de pessoas ocupadas, coincidente com o início da pandemia. 

Do final de 2019 até meados de 2020, o número de empregados no setor não cultural passou de 89 milhões para 78 milhões. Já no primeiro trimestre de 2021, houve uma recuperação gradual, atingindo 83 milhões de pessoas. Nesse período, o setor cultural brasileiro foi responsável por 5,7% do total de vínculos do mercado de trabalho, contra 94,3% de trabalhadores do setor não cultural.

Os dados também mostram que, apesar de seguirem a mesma tendência, o setor cultural foi mais afetado pela pandemia: até o final de 2019, o número de empregos criados na área era superior ao do setor não cultural, mas, durante o período pandêmico, teve queda maior.