Igo Estrela/Metrópoles

Os parlamentares do PSD e o MDB, partidos da base do governo, são os mais agraciados com o pagamento das emendas de relator no governo Lula. Juntos, eles conseguiram R$ 586 milhões, 20% do que foi pago em 2023.

Embora o governo Bolsonaro tenha definido os beneficiários dos pagamentos, foi o atual que definiu a ordem dos pagamentos dos restos, que já estão em cerca de R$ 3 bilhões. Depois do PSD e do MDB, estão a União Brasil e o PL, partido de Jair Bolsonaro. Com informações do Metrópoles.

As indicações mostram, ao mesmo tempo, uma influência do governo anterior, que havia reservado espaço no Orçamento para os pagamentos, definindo o destino do dinheiro, e da atual gestão, que agilizou a verba para aliados. Como mostrou a coluna, alguns dos principais beneficiados são da base, como Eduardo Braga, relator da reforma tributária.

Há 10 parlamentares do PT que receberam pagamentos: Zeca Dirceu, Paulo Guedes, Odair Cunha, Rogério Carvalho, João Daniel, Carlos Zarattini, José Airton, Nilto Tatto, Maria do Rosário e Paulo Pimenta.

Do lado oposto do espectro ideológico, no PL de Jair Bolsonaro, os valores são maiores. Os deputados e senadores receberam R$ 249 milhões ao todo. Aqueles que estão no topo da lista pertencem à ala fisiológica do partido, que hoje votam com o governo quando é necessário.

Genecias Noronha, o mais agraciado do PL, com R$ 39 milhões, já não tem mandato. Mas os que vêm em seguida — Junior Mano, Junior Lourenço e João Carlos Bacelar — votaram a favor da reforma tributária, por exemplo.

Os dados foram obtidos pela coluna via Lei de Acesso à Informação (LAI). A Secretaria das Relações Institucionais (SRI) ainda não terminou de mapear quem são os interessados em todos os pedidos. Cerca de um quinto das indicações do governo Bolsonaro foram mapeadas pela SRI até agora.