SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para 23% dos paulistanos, o maior problema da cidade de São Paulo hoje é a segurança, seguida da saúde, com 16%. Enchentes e canalização do esgoto vêm em seguida, citados por 9%.

É o que mostra a nova pesquisa Datafolha, que ouviu 1.090 eleitores na capital paulista na quinta (7) e sexta (8). A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou menos.

O levantamento também revelou que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e seu principal rival na corrida eleitoral, Guilherme Boulos (PSOL), lideram empatados e isolados dos demais pré-candidatos.

O Datafolha mostrou ainda que a gestão Nunes é aprovada por 29% dos entrevistados, enquanto 24% a reprovam e 43% a consideram regular.

A segurança e a saúde também foram os temas mais citados (18% e 17%, respectivamente) quando os eleitores foram questionados sobre quais áreas deveriam ser a prioridade do próximo prefeito para melhorar a vida dos moradores de São Paulo.

Em terceiro lugar, estão educação e situação dos moradores de rua, ambos com 11%.

Já quando questionados sobre os temas prioritários para melhorar a sua própria vida, os eleitores responderam segurança (22%), saúde (18%) e emprego (16%).

Os resultados repetem aqueles encontrados na pesquisa anterior, de agosto do ano passado. Aquela foi a primeira vez em 11 anos em que os paulistanos sinalizaram que o tema da segurança os preocupa mais do que o atendimento de saúde, que costumava liderar a lista de problemas da capital.

Envolvidos nas campanhas à prefeitura já haviam identificado que a segurança será um tema de grande importância nas eleições deste ano.

Ainda que essa seja uma responsabilidade direta do governo do estado, o entorno dos pré-candidatos avalia que a cobrança da população recai também sobre a prefeitura e o governo federal, já que todos os níveis de governo têm ações que impactam o combate à criminalidade.

Na área de segurança, aparecem como prioridade das campanhas as gestões da iluminação e da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Pesquisas internas da equipe de Nunes identificam um apelo da população pelo endurecimento de ações contra criminosos e, por isso, no entorno do prefeito, a leitura é a de que os candidatos à esquerda dele, como Boulos e Tabata Amaral (PSB), têm mais a perder do que ele nesse terreno.

Já os interlocutores do psolista afirmam querer mostrar que não há contradição entre defender os direitos humanos e o aumento do policiamento, desmistificando o que chamam de espantalho criado pela direita —campo que, para eles, se esconde no discurso popular da linha-dura porque não tem medidas de fato efetivas para apresentar.

Ainda na visão do grupo de Boulos, Nunes, como atual gestor, é quem sai fustigado no debate da segurança.

Ao longo do ano passado, o primeiro da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), bairros centrais registraram altas recordes de furtos e roubos impulsionados pela dispersão da cracolândia, que aumentou do primeiro para o segundo semestre e se aproximou das ruas de comércio da Santa Ifigênia, no centro da capital. Ao menos cinco pessoas foram assassinadas no centro entre os meses de agosto e dezembro.

A quantidade de usuários de drogas que frequentam a cracolândia aumentou 43% no segundo semestre deste ano em comparação com o período entre janeiro e junho. Por mês, cerca de 500 pessoas passam pelo local.