Quando uma mulher é agredida física ou psicologicamente, o medo e o trauma que ficam podem marcar a vida inteira daquela vítima. A dependência emocional, financeira e até psicológica que existe entre vítima e agressor é a principal causa do silêncio dessas mulheres quando se trata de denúncias policiais. O que algumas mulheres ainda não sabem é que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), possui programas de ajuda no pós-denúncias que auxiliam as mulheres no momento em que elas mais precisam. 

Quando uma mulher sofre violência doméstica, é importante que ela saiba que pode denunciar o agressor registrando o Boletim de Ocorrências (BO), e caso seja necessário, é solicitado medidas protetivas para resguardar a vida dela, o que é importante frisar é que a DECCM vai além do registro do BO. Dentro da delegacia existe o Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), que presta apoio psicológico e social à vítima de violência doméstica. 

De acordo com a titular da DECCM, delegada Débora Mafra, “é de extrema importância demonstrar que esse auxílio é muito importante para a vida da vítima não só financeiramente como psicologicamente e pelo risco de vida que ela possa estar correndo” disse 

O SAPEM faz o acolhimento das vítimas e presta apoio psicossocial verificando qual a necessidade naquele momento. Fazendo um acompanhamento psicológico para que a vítima possa se fortalecer com o tempo e prosseguir com a vida normalmente. Em caso específicos, o SAPEM encaminha a vítima a um abrigo temporário, onde o tempo de permanência é de 30 a 90 dias e a mulher tem o acompanhamento psicológico garantido, além de poder ingressar em cursos preparatórios para o mercado de trabalho, buscando a independência financeira necessária. 

O Centro de Referência Estadual de Atendimento à Mulher (CREAM), disponibiliza cursos de capacitação para essas vítimas no intuito de mostrar que elas não precisam permanecer naquele ciclo de violência por causa de dependência financeira. Além de disponibilizar atendimento jurídico no caso de pensão alimentícia e guarda de filhos menores. 

Para a assistente social Marluce Chagas, a violência psicológica, como a dependência emocional, ela é muito mais marcante do que a física na vida da vítima. Para conseguir se desvencilhar daquela situação, a vítima precisa de acompanhamento psicológico para entender que é vítima e não culpada por aquela situação. Além da assistente Marluce Chagas, o atendimento também é feito pela assistente social Glaucimar Franco.  

Além do atendimento feito pelo SAPEM, existe o acompanhamento da Ronda Maria da Penha, que apoia as vítimas de violência doméstica com visitações frequentes para verificação de cumprimento de medidas protetivas prevenindo e resguardando a integridade da vítima. É importante frisar que a Ronda Maria da Penha visita as vítimas durante o tempo que ela precisar ou se sentir segura para interromper as visitas. 

Segundo a sargento Solange, as rondas são feitas para verificar se o autor está cumprindo as medidas, porque a mulher ainda se sentem inseguras e damos esse apoio para quebrar esse ciclo de violência. Caso ela necessite de uma emergência por descumprimento de medida protetiva, o autor é reencaminhado a DECCM. 

Ainda de acordo com a delegada Débora Mafra, nem toda delegacia é da mulher mas todos os DIPs estão preparados para fazer o registro e por esse motivo o SAPEM estará ampliando o atendimento psicossocial em algumas delegacias na cidade. Começando pelo 9º DIP que disponibilizará psicólogos para acolher essas vítimas. 

Foto: Liz Souza