Foto: Nelson Jr. / STF

Ministro defendeu uma legislação internacional para enfrentar o problema e ironizou grupos que cantaram hino para pneus ou pediram intervenção de ETs

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que um processo de lavagem cerebral utilizando as redes sociais, empregado por grupos de extrema-direita pelo mundo e adotado no Brasil pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria criado um grupo de “zumbis” em episódios que poderiam “ser uma comédia”, mas são “uma tragédia”. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu as declarações ao participar de um evento do grupo Lide, com autoridades de governo e membros do Judiciário, além de líderes empresariais. Moraes participa do evento à distância.

“A questão brasileira, assim como em outros países do mundo, sabemos que essa captura da democracia internamente para que houvesse uma corrosão das instituições por dentro se iniciou a partir de estudos coordenados e, eu diria, lamentavelmente eficientes, da direita norte-americana, ao analisar o papel das redes sociais nas primaveras árabes”, afirmou Moraes, para depois chamar a estratégia de lavagem cerebral.

“Basta verificarmos o belíssimo trabalho que foi realizado pela Globoplay na série “Extremistas.br”, para verificar que essa lavagem cerebral, que transformou pessoas em zumbis. Pessoas repetindo ideias absurdas. Pessoas cantando hino nacional para pneus. Pessoas esperando que ETs viessem para o Brasil resolver o suposto problema da urna eletrônica. O que poderia ser uma comédia, é uma tragédia. Uma tragédia que resultou na tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro”, disse o ministro.

Moraes afirmou que, diante do quadro, é necessário que o mundo discuta uma legislação internacional para enfrentar o tema dos ataques internos à democracia.

“Precisamos analisar de forma rápida e eficiente uma legislação internacional de defesa da democracia, de defesa do estado de direito e defesa das instituições. Eu diria que, hoje, na agenda democrática, na agenda dos países que adotam e defendem as democracias liberais, isso talvez seja uma das questões mais importante para que nós possamos, a partir disso, aí sim, com tranquilidade, desenvolver educação, saúde e proteção do meio ambiente, porque nós estamos num impasse”, disse.

Com informações do O TEMPO*