Fotos - Artur Barbosa / Semsa

Como forma de reduzir a proliferação do Aedes Aegypti e prevenir as doenças transmitidas pelo mosquito, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) começaram a instalar Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs) no bairro Compensa, zona Oeste, na manhã desta segunda-feira, 30/10. Os dispositivos, que funcionam como armadilhas para o Aedes, estão sendo instalados em residências da área, considerada de alto risco de infestação.

Participaram da ação 33 colaboradores da Semsa Manaus e da Fiocruz Amazônia, que atuaram em duplas realizando visitas domiciliares para a colocação das estações. A previsão é de que, até o dia 9/11, sejam instaladas 1.200 EDLs em moradias no bairro da zona Oeste, onde residem mais de 94 mil pessoas.

A chefe do setor de endemias do Distrito de Saúde (Disa) Oeste da Semsa Manaus, Carol Souza, explicou que a ação desta terça-feira dá continuidade a um trabalho desenvolvido pela secretaria e pela Fiocruz Amazônia há três anos, na região da Compensa. A pasta municipal e a instituição atuam em parceria em ações de monitoramento do Aedes desde 2017.

“Por conta da equipe municipal de endemias conhecer o território, ela atua apoiando a entrada nas residências com toda a presteza, cuidado, responsabilidade e compromisso, para os servidores da Fiocruz darem continuidade a esse trabalho”, explica.

Inovação

As EDLs utilizam tecnologia de baixo custo e estão entre as estratégias recomendadas pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento de arboviroses no país. A iniciativa é coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Amazônia, Sérgio Luz, e foi desenvolvida como forma de preparação do município para o período de alta transmissão de dengue, zika e chikungunya.

O coordenador técnico da estratégia na Fiocruz Amazônia, José Joaquín Carvajal Cortés, relata que o trabalho de implantação das estações está começando agora a fim de coincidir com o início do período das chuvas na região, quando costuma aumentar a proliferação do Aedes.

“Com essa armadilha, a gente faz da fêmea do mosquito uma ‘aliada’. Isso porque ela, depois de pousar na estação, vai levando de criadouro em criadouro o larvicida, que atrofia o desenvolvimento das formas maduras do mosquito, até que morram”, aponta o coordenador. “Neste ano acreditamos que vamos conseguir reduzir ao máximo a infestação no bairro da Compensa”.

O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, da Semsa, Alciles Comape, reforça que a Secretaria, juntamente com a Fiocruz Amazônia tem consolidado a parceria, realizando o monitoramento do Aedes desde 2017 nos bairros Glória, Santo Antônio, São Raimundo e Compensa, todos na zona Oeste da capital.

Sergio Luz observa que a distribuição das EDL’s em áreas sucessivas pode ser implantada em imóveis de cidades de grande porte, altamente infestadas de Aedes spp., desde áreas urbanas periféricas até o interior da malha urbana. A implantação das EDL’s será sucessiva no tempo, partindo de uma área mais periférica (período 1), seguida de áreas concomitantes (período 2), até uma área mais interna (período 3) e assim sucessivamente. A manutenção das EDL’s deve ser feita de modo permanente.

A doméstica Nelcilene Brito foi uma das moradoras visitadas pelas equipes da Semsa Manaus e da Fiocruz. Ela lembrou que sofreu com a dengue em duas ocasiões, e destacou o papel da ação para a prevenção e conscientização da população para o combate ao Aedes.

“É muito importante para prevenção de doenças e promoção da saúde. E vai incentivar as pessoas a ter mais cuidado com a saúde e combater o mosquito, colocando areia nas vasilhas, por exemplo”, conta.

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Texto – Jony Clay Borges / Semsa e Júlio Pedrosa / Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia)