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As Filipinas acusaram os navios da Guarda Costeira chinesa de disparar canhões d´água e fazer “manobras perigosas” em torno de seus navios no Mar do Sul da China, no Oceano Pacífico.

“A Guarda Costeira das Filipinas (PCG, em inglês) condena veementemente as manobras perigosas da Guarda Costeira da China (CCG, em inglês) e o uso ilegal de canhões d’água contra nossas embarcações”, escreveu a PCG em um comunicado compartilhado em sua conta oficial no Facebook no sábado (5).

Embarcações da guarda filipina escoltavam navios que transportavam suprimentos para tropas militares estacionadas no banco de areia de Ayungin, também conhecido banco de areia de Second Thomas, na cadeia das Ilhas Spratly, conhecidas na China como Ilhas Nansha.

A China chama o local de Renai Reef.

Em uma resposta divulgada neste domingo (6), a China acusou a Guarda Costeira das Filipinas de invadir suas águas.

“Dois navios de abastecimento filipinos e dois navios da guarda costeira invadiram ilegalmente as águas adjacentes ao Renai Reef nas Ilhas Nansha da China”, disse Gan Yu, porta-voz da Guarda Costeira da China, de acordo com o comunicado publicado em seu site.

“A Guarda Costeira da China implementou os controles necessários de acordo com a lei e impediu que as embarcações filipinas transportassem os materiais de construção ilegais. Solicitamos ao lado filipino que interrompa imediatamente suas atividades infratoras nessa área marítima”, continua Gan Yu no comunicado.

O porta-voz chinês reafirmou a reivindicação territorial chinesa sobre as ilhas e o Mar da China Meridional, prometendo continuar sua atividade de aplicação da lei na região.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos, por sua vez, expressou seu apoio às Filipinas e pediu à China que respeite a liberdade de navegação.

“(A China) não tem direito legal à área marítima em torno do banco de areia de Second Thomas”, afirmou em comunicado no sábado.

Uma das regiões mais disputadas do mundo

O Mar da China Meridional tem sido uma fonte de tensão entre Manila e Pequim.

Pequim reivindica “soberania indiscutível” sobre quase todos os 33 milhões de quilômetros quadrados do Mar da China Meridional, bem como a maioria das ilhas que estão nele.

Isso inclui Spratlys, um arquipélago composto por 100 pequenas ilhas e recifes também reivindicados total ou parcialmente pelas Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.

Manila, no entanto, chama a área de Mar das Filipinas Ocidental. Em 1999, o país intencionalmente atracou um navio de transporte da marinha, o BRP Sierra Madre, no banco de areia de Second Thomas, tripulado por fuzileiros navais filipinos, para marcar a reivindicação do país à área.

Autoridades marítimas filipinas já acusaram embarcações chinesas de atacar pescadores filipinos na região.

As relações ficaram mais tensas em dezembro, quando Manila expressou “grande preocupação” com a presença de navios chineses no trecho disputado.

Um mês depois, o líder chinês Xi Jinping se encontrou com o presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., e os dois concordaram em fortalecer os laços econômicos e retomar as negociações de exploração de petróleo em meio a atritos sobre as áreas contestadas.

Fonte: CNN BRASIL.