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Donald Trump entregou nesta terça-feira (15) às autoridades eleitorais americanas um documento com a sua pré-candidatura às eleições presidenciais de 2024.

O ex-presidente formalizou documento enviado à Comissão Eleitoral Federal, momentos antes de um anúncio programado para apoiadores em sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

Durante discurso para centenas de apoiadores, Trump afirmou que os Estados Unidos estão “de volta”. O ex-presidente disse que em seu primeiro mandato os EUA foram um país em paz, próspero e respeitado no cenário internacional.

O ex-presidente também afirmou que vai trabalhar para “garantir que Biden não fique mais quatro anos” na Casa Branca. Para concorrer novamente, Donald Trump terá que vencer as primárias do Partido Republicano.

Trump poderá se vingar de Joe Biden, cuja vitória em 2020 ele nunca reconheceu e que também pretende concorrer, mas decidirá sobre a reeleição no início do ano que vem.

Trump deixou Washington no caos depois que seus apoiadores invadiram o Capitólio. Mas ele optou por permanecer na arena política e continuar arrecadando fundos e realizando comícios em todo o país.

Antes das eleições de meio de mandato de 8 de novembro, Trump parecia determinado a aproveitar a derrota prevista para os democratas e o sucesso esmagador dos republicanos para voltar triunfante.

Mas a onda vermelha, a cor dos republicanos, não aconteceu como previsto. Os democratas mantêm o controle do Senado e, embora os republicanos provavelmente recuperem o controle da Câmara dos Representantes, será por uma margem menor do que eles pensavam.

Para piorar a situação, um de seus aliados mais próximos, Kari Lake, não conseguiu conquistar o cobiçado cargo de governador do Arizona na segunda-feira  (14).

Esses resultados decepcionantes, especialmente os de alguns dos candidatos apoiados por Trump, obscurecem seus planos presidenciais.

“Tenho certeza de que este não é o começo que Donald Trump queria para seu anúncio nesta noite”, disse a congressista republicana Liz Cheney, que é altamente crítica de Trump.

Várias vozes republicanas influentes até pediram que Trump se afastasse da liderança do partido.

Seu outrora leal companheiro, o ex-vice-presidente Mike Pence, que publicou seu livro de memórias, no qual relata as pressões que sofreu para não certificar os resultados das eleições presidenciais de 2020, recusou-se a comentar se Trump deveria concorrer novamente, em uma entrevista à rede ABC.

“Isso depende do povo americano, mas acho que teremos melhores opções daqui para a frente”, disse Pence, cujo nome também está entre os possíveis candidatos.

Duelo na Flórida?

Parte dos conservadores aposta em outro possível candidato à Casa Branca: o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos.

A nova estrela da extrema-direita saiu fortalecida das eleições de meio de mandato e advertiu que sua luta está “apenas começando”.

Questionado sobre o que pensava da provável candidatura de Trump e dos comentários nada lisonjeiros que fez sobre ele, DeSantis respondeu pedindo “às pessoas que verifiquem o placar da terça-feira passada à noite”, dia da eleição.

No momento, Trump mantém uma popularidade inegável entre a base e as pesquisas continuam a mostrá-lo como o vencedor nas primárias republicanas.

Mas os inúmeros problemas legais do ex-presidente ameaçam sua volta à Presidência americana.

Trump é alvo de várias investigações por seu papel no ataque à sede do Congresso, em 6 de janeiro de 2021, e por sua gestão dos arquivos da Casa Branca, entre outros.

Mas ele, seguindo seu “instinto”, como sempre, sabe que até agora sobreviveu a todos os escândalos e ainda está de pé, apesar das inúmeras vezes em que o deram por derrotado.

R7