SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – À espera do início do desfile do Bloco da Latinha, cujo a principal atração seria o DJ Alok, uma senhora cadeirante de 74 anos circulava ao lado das duas filhas, em meio à multidão no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Ela, que é de Santos, veio conhecer não só a região, mas o Carnaval que é realizado por aqui.

Jussara Pinheiro, de 74 anos, estava acompanhada de suas filhas, a advogada Andreia Pinheiro, 51, e a fisioterapeuta Fernanda Camila, 39.

A aposentada tem problema na medula e perdeu a mobilidade da cintura para baixo há duas décadas. Passou a utilizar uma cadeira de rodas.

Mesmo com todos os desafios de acessibilidade que a cidade coloca em sua frente, ela az questão de participar ativamente da folia. Veio maquiada, devidamente protegida do sol e com um sorriso estampado no rosto.

“A minha mãe ama o Carnaval. A gente nem consegue acompanhá-la. E decidimos trazê-la no Ibirapuera. É a primeira vez dela aqui. Não conhecia nem o local, nem o Carnaval daqui”, disse Andreia ao UOL. “Ver a minha mãe ativa é muito bacana. Não é porque ela é cadeirante que deve ficar presa em casa. E o Carnaval de São Paulo traz isso, essa acessibilidade. A própria população ajuda, quando se necessita de ajuda”, completa a filha, ressaltando a importância da manutenção das calçadas esburacadas, o que não acontece ainda.

“Para mim, a mamãe é um orgulho, animada, alto astral sempre. E mesmo com a mobilidade reduzida, não a limita dentro de casa”, disse a fisioterapeuta Fernanda Camila, 39.