Trecho da BR-174 tem sido alvo de reclamações de caminhoneiros, carreteiros e a população no geral que a utilizam com frequência e denunciam as condições intrafegáveis da rodovia que está repleta de buracos e crateras. Conforme a denúncia, a precariedade se encontra em 56 km no Amazonas e 74 km em Roraima. A rodovia federal, conhecida como Manaus-Boa Vista, é a responsável por fazer a ligação entre os estados de Roraima e Amazonas e o trecho não colabora estando realmente precário.

São, em média, 156 km precisando de recuperação, troca de manta asfáltica, drenagem profunda e de meio fio. Segundo denúncias, de Presidente Figueiredo até a reserva Waimiri Atroari, localizada na divisa do Amazonas com o estado de Roraima possuem trechos da BR que não existem asfalto.

Por meio de vídeos enviados a redação do Amazônia Press, é possível ver que os motoristas precisam ter atenção redobrada ao passar pelo trecho, visto que o principal desafio é desviar dos buracos e ficar atento aos veículos que vêm no sentido contrário da pista. A precariedade da estrada toma mais evidência durante o período de chuvas na região, já que muitos veículos atolam na rodovia, por não ser asfaltada.

Br-174 (foto: acervo pessoal)

De acordo com o carreteiro Antônio Araújo, a rodovia está abandonada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a empresa que ganhou a licitação para efetuar esse serviço não consegue dar conta da situação por terem muitos equipamentos precários.

“A BR-174 hoje se encontra em um estado de abandono, As pessoas dizem que estão trabalhando, o DNIT acredita e assim vão levando. Há duas semanas atrás, o DNIT fez uma fiscalização na BR com secretários, chefes e todo. As empresas que estão administrando o serviço de reparo e recuperação colocaram seus maquinários na pista, o DNIT passou vendo os maquinários e foi constatado que estariam trabalhando. Só que, infelizmente, quando viraram de costas as empresas recolheram os maquinários e colocaram em seus depósitos. Infelizmente, o DNIT não é um órgão atuante de estar semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente fazendo vistorias na BR. Nós que cobramos, fazemos denúncias e procuramos fazer com que tudo funcione, mas é difícil. A única coisa que nos repassam é que as empresas estão trabalhando para melhorar o fluxo, mas não é isso que está acontecendo. O serviço prestado é péssimo, de baixa qualidade, trechos já recuperados estão danificados novamente pelo péssimo material utilizado e isso já foi comprovado pelo próprio DNIT”, pontuou.

Br-174 (foto: acervo pessoal)

Completou ainda: “São poucos equipamentos novos que a empresa tem, o restante são todos velhos. Já aconteceu várias vezes de eu presenciar equipamentos deles quebrados na beira da estrada. É uma empresa que não tem a mínima estrutura para prestar esse tipo de serviço. Eles não conseguem dar conta e os prejudicados somos nós que dependemos da rodovia.

A campanha SOS BR-174, criada há duas semanas pelos caminhoneiros e carreteiros, tem como principal objetivo reivindicar melhorias para as principais dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores. Sendo essas: falta de manutenção, falta de acostamento, falta de estrutura, entre outros problemas.

Br-174 (foto: acervo pessoal)

Vale ressaltar que não é apenas no trajeto Manaus-Boa Vista que a irregularidade está presente. Algumas rodovias têm desafiado a paciência dos usuários, entre elas está a famosa BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, em péssimo estado de conservação. A recuperação e investimentos na infraestrutura da BR-319 fizeram parte de inúmeros projetos políticos, mas nunca saíram do papel. No início de dezembro deste ano, diversos caminhões ficaram presos em atoleiros na rodovia.

Caminhoneiros atolados na BR-319. — Foto: Divulgação

O portal Amazônia Press entrou em contato com o DNIT em busca de esclarecimentos, mas até o momento da publicação da matéria não obtivemos resposta.

Confira os vídeos:

Br-174 (vídeo: acervo pessoal)
Br-174 (vídeo: acervo pessoal)
Br-174 (vídeo: acervo pessoal)
Br-174 (vídeo: acervo pessoal)