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Pelo menos 55 pessoas morreram e cerca de mil estão desaparecidas após incêndios florestais na ilha de Maui e em outras cidades do Havaí, nos Estados Unidos. Uma família de surfistas brasileiros, que reside no local, detalhou o processo de fuga do fogo em entrevista ao jornal O Globo.

De acordo com Rafaela Bentes, de 37 anos, no momento em que o céu começou a ficar preto de fumaça, ela já começou a organizar a família e pegar objetos pessoais necessários. Segundo a surfista, se a decisão de sair da residência demorasse mais 15 minutos, ela teria que enfrentar uma estrada em meio ao fogo no percurso para sair da ilha. 

“Sempre que tem situações de emergência por aqui, costumamos ouvir alarmes e instruções na mídia, mas desta vez não teve isso”, explicou Rafaela. “Quando eu vi uma fumaça preta muito grande, meu marido sentiu o calor. Falei para minhas filhas, de 12 e 9 anos, fazerem uma mochila com as coisas delas. Eu já tinha uma pasta com nossos documentos separada. Então, decidimos sair”, contou. 

Desde 2016, ela e o marido, Pedro Robalinho, de 47 anos, residem em Lahaina. Embora acostumados com catástrofes naturais, a família contou que desta vez a gravidade do acontecimento foi diferente. 

Incêndios florestais no Hawaí

Incêndios florestais na ilha de Maui e outras localidades no Havaí, nos Estados Unidos, resultaram em um trágico saldo de pelo menos 55 mortos e aproximadamente mil pessoas desaparecidas. Em pronunciamento, na Casa Branca, o presidente americano Joe Biden emitiu uma declaração de estado de catástrofe para o estado do Havaí.

Através de um comunicado oficial compartilhado no Instagram, o governador do estado, Josh Green, lamentou a perda de milhares de residências e esclareceu que os esforços das autoridades estão direcionados para proporcionar abrigo seguro às famílias afetadas. Ele relatou ter percorrido a Front Street em Lāhainā e testemunhado os estragos de perto, expressando seu pesar pela população de Maui. Ele enfatizou a importância da solidariedade enquanto todos trabalham juntos para reconstruir a região.

Os incêndios tiveram início nas primeiras horas de terça-feira e se propagaram rapidamente, colocando em perigo mais de 35.000 residentes da ilha de Maui. Conforme dados do PowerOutage, um projeto destinado a monitorar e registrar interrupções de energia nos Estados Unidos, quase 11 mil pessoas continuam sem eletricidade na área. O prefeito de Maui, Richard Bissen Jr, em um comunicado compartilhado no Facebook, expressou publicamente solidariedade diante da tragédia, destacando a perda de vidas e a devastação de propriedades. 

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