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No dia 21 de outubro, completará dez anos que Beatriz Joanna Von Hohendorff Winck desapareceu no Santuário Nacional de Aparecida (a 180 km de São Paulo). Na época, ela tinha 77 anos.

Duas investigações correram em paralelo, por São Paulo e Aparecida, e foram unificadas no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo, que segue com o caso na 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas, da divisão de Proteção à Pessoa.

Na ocasião, Beatriz e o marido, Delmar Winck, participavam de uma excursão da terceira idade com cerca de 30 pessoas. O ônibus havia partido de Novo Hamburgo, cidade vizinha a Portão (RS), onde moravam, com destino à Aparecida, Poços de Caldas (MG) e Holambra (a 133 km de São Paulo).

Em 21 de outubro de 2012, eles se instalaram no hotel Cathedral, saíram para caminhar no pátio do santuário, entraram numa loja de suvenir e fizeram compras. Delmar foi ao caixa e Beatriz o aguardou do lado de fora do estabelecimento.

Ela sumiu em poucos segundos, quando o marido foi pagar a conta. A família nunca mais teve notícias da mulher.

No local em que ela estava não havia câmera de segurança.

Em nota, o Santuário Nacional de Aparecida afirmou que colaborou com as investigações e que possui estrutura e protocolos para auxiliar quem se desencontra de familiares.

Segundo o delegado titular da 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas, Aldo Marcos Lourenço Ferreira, foram enviados ofícios para alguns estados, entre eles, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul com os dados do desaparecimento.

“As fichas de identificação dactiloscópicas -para impressões digitais- são estaduais. Então, a minha ficha não se identifica com a de Minas Gerais, por exemplo. Tivemos que pegar a ficha de impressão dactiloscópica dela [Beatriz] no Rio Grande do Sul, trazer para SP e encaminhá-la a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo para verificarmos se havia alguém com a identificação dela, isso no início da investigação”, explica.

A polícia investigou todas as pistas recebidas e foi aos locais apontados pelos informantes. Em junho deste ano, uma mulher com as características de Beatriz foi vista no Condomínio São Gonçalo Shopping Rio.

“Oficiamos o shopping e pedimos as imagens daquele dia. No dia 23 de agosto, o shopping respondeu o ofício e disse que não tem mais essas imagens. Conseguir as informações não é fácil. Tem ocasiões que vamos procurar as imagens de segurança e depois de 48 horas elas já não existem mais; falam que a câmera filma, mas não grava e as imagens ficam sobrepostas”, relata Ferreira.
As diligências continuam. A polícia não encerra as investigações enquanto a vítima continuar desaparecida, é o que garante o delegado.

De acordo com Ferreira, há uma concentração maior de convicções muito perto de quando ocorre o desaparecimento. Com o passar do tempo, a polícia depende, em sua maioria, de informações mais técnicas -um atendimento médico ou uma testemunha que viu alguém parecido com a pessoa em algum local, por exemplo.

“Nós fazemos pesquisas periódicas em vários sistemas, de abrigados, atendidos por sistemas de saúde, de transporte e contatamos a Delemig (Delegacia de Imigração), quando há indícios de saída do país. Costumamos acionar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para ver se alguém votou. Nós provocamos investigações mandando esses ofícios de pesquisa para sistemas de dados”, explica Ferreira.

O empresário João Carlos Winck, 63, filho do casal, continua esperançoso, mesmo sem ter pistas sobre o paradeiro da mãe. “Não temos nada em mãos. As pessoas à minha volta já jogaram a toalha -ela desapareceu, morreu e acabou. Eu mantenho uma forte esperança e a certeza de que vamos encontrá-la, de uma forma ou de outra, mas acredito que minha mãe esteja viva”, afirma.

com informações do Notícias Ao Minuto*